Paralimpíadas: Beth Gomes e Gabriel Araújo serão porta-bandeiras do Brasil
Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)
26/08/2024 21h52
O Comitê Paralímpico Brasileiro anunciou, na noite desta segunda-feira (26), que Beth Gomes, do atletismo, e Gabriel Araújo, da natação, serão os porta-bandeiras da cerimônia de abertura das Paralimpíadas de Paris.
O que aconteceu
O evento vai ser realizado na quarta-feira (28), a partir de 15h (de Brasília). Assim como aconteceu nas Olimpíadas, a cerimônia não vai acontecer em um estádio, e o desfile dos atletas partirá da parte inferior da Champs-Elysées até a Place de la Concorde.
Beth foi medalha de ouro no lançamento de disco em Tóquio. Ela, que foi diagnosticada com esclerose múltipla em 1993, está na terceira edição dos Jogos, e a segunda no atlerismo — em 2008, defendeu o Brasil no basquete em cadeira de rodas.
É uma realização. Todos nós, atletas paralímpicos, sonhamos com este dia. Receber esta notícia de que eu seria a atleta que iria conduzir o pavilhão do nosso Brasil foi muito emocionante, as lágrimas caíram. Vou honrar a nossa bandeira com a maior maestria e representar todos os atletas paralímpicos que estão em Paris e também aqueles atletas que sonham um dia estar aqui, porque sonhos são para ser realizados. Estou aqui por vocês e por todos Beth
Ela vai disputar duas provas nos Jogos, ambas no dia 2 de setembro. Pela manhã, compete na prova do arremesso de peso e, à noite, no lançamento de disco.
Gabriel também alcançou o topo do pódio em 2020. Ele estreou nas Paralimpíadas em Tóquio, e levou o ouro nos 200m livre e nos 50m costas, além da prata nos 100m costas.
Este será um momento único. Em Tóquio, eu não pude ir à abertura [em razão da pandemia de Covid-19]. Agora, estou aqui em Paris para viver todos os momentos possíveis. Fico feliz de representar o Brasil na competição e a todos os atletas na abertura. É um privilégio que me deixa muito feliz. Fiquei muito emocionado ao receber a notícia. É uma honra para poucos Gabriel
O nadador nasceu com focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas. Ele conheceu a natação por meio de um professor de Educação Física da escola onde estudava.
"Beth e Gabriel são dois dos grandes nomes que o Brasil traz a Paris depois de um ciclo impecável, com resultados esportivos e aproveitamento impressionantes nas principais competições pelo mundo, desde o fim dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Eles dão forma àquilo que o CPB trabalhou e acreditou nos últimos três anos. Temos a certeza e a tranquilidade de que eles orgulharão os compatriotas quando entrarem na Champs-Élysées, empunhando o pavilhão brasileiro", disse Mizael Conrado, presidente do CPB e bicampeão paralímpico no futebol de cegos, em Atenas 2004 e Pequim 2008.