Paralimpíadas: Brasil tem favoritos, atleta olímpica e irmão de medalhista

Os Jogos Paralímpicos de Paris têm o primeiro dia de competições nesta quinta-feira (29), e, ao longo de 11 dias, vão ser 22 modalidades com 549 medalhas de ouro em disputa.

A expectativa sobre a delegação brasileira é grande. É o maior grupo para um torneio fora do país, com 280 atletas — sendo 255 com deficiência —, de 20 modalidades. O grupo tem favoritos, quem já fez história em 2024 e até irmão de treinador que alcançou o pódio em Paris-2024, e o UOL listou alguns.

Além disto, a delegação brasileira busca o melhor desempenho olímpico. No Rio-2016 e em Tóquio-2020, o time nacional conquistou o maior número de medalhas em únicas edições, com 72 em cada. Porém, foi no Japão que o Brasil conseguiu o recorde de ouros, 22, um a mais do que em Londres-2012.

Ao todo, os Jogos têm 168 delegações e 4,5 mil atletas. Alguns estrangeiros são estrelas em suas modalidades, e têm holofotes na capital francesa.

Quem pode brilhar pelo Brasil

Um dos nomes mais famosos junto ao grande público é o de Petrúcio Ferreira, do atletismo. Bicampeão paralímpico, ele chega a Paris como o mais rápido do mundo. O velocista tem também duas pratas e um bronze no currículo.

Bruna Alexandre já vive em 2024 histórico, e briga por ainda mais. A mesatenista da Classe 10 se tornou a primeira brasileira a disputar as Olimpíadas e Paralimpíadas. Ela é dona de três medalhas paralímpicas — uma prata e três bronzes.

Bruna Alexandre, do tênis de mesa, em ação nas Olimpíadas 2024
Bruna Alexandre, do tênis de mesa, em ação nas Olimpíadas 2024 Imagem: JUNG Yeon-je / AFP

Porta-bandeira na cerimônia de abertura, Beth Gomes é a atual campeã paralímpica no lançamento de disco, após o ouro em Tóquio. Acostumada a quebrar recordes, é apontada como uma das favoritas ao topo do pódio.

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Vencedora de cinco medalhas em Tóquio, Maria Carolina Santiago é um dos grandes nomes do Brasil em Paris. Ela vai nadar sete provas. Na última edição dos Jogos, foram três ouros, uma prata e um bronze.

Ainda na natação, Phelipe Rodrigues, maior medalhista paralímpico da atual delegação, é uma grande esperança brasileira. Ele tem oito pódios — cinco pratas e três bronzes — e luta pelo ouro na despedida das piscinas paralímpicas.

Gabriel Araújo também pode fazer bonito nas águas. O nadador, de 22 anos, estreou em Tóquio, quando conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata. Ele foi par de Beth Gomes como porta-bandeira na cerimônia de abertura.

Principal nome do Brasil no halterofilismo, Mariana D'Andrea atua na categoria até 73kg. Ele foi ouro em Tóquio, na Copa do Mundo e no Parapan de Santiago.

Maria Carolina Santiago, da natação paralímpica
Maria Carolina Santiago, da natação paralímpica Imagem: Marcello Zambrana/Exemplus/CPB

Alana Maldonado é um dos destaques brasileiros no judô. Ouro em Tóquio, ela é a líder do ranking mundial na Classe J2.

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O país do futebol também está representado. A equipe de futebol de cegos do Brasil nunca perdeu nos Jogos Paralímpicos, e é apontada como uma das favoritas à briga pelo ouro em Paris.

E se o assunto é gol, o Brasil também tem esperança de medalha no Golbol — modalidade voltada a pessoas cegas ou de baixa visão e exclusiva das Paralimpíadas. O time verde e amarelo foi ouro em Tóquio.

Fernando Guimarães, irmão do Zé Roberto Guimarães
Fernando Guimarães, irmão do Zé Roberto Guimarães Imagem: ALE CABRAL/CPB

A família Guimarães pode ter mais uma medalha conquistada no vôlei e em Paris. Fernando Guimarães, irmão de José Roberto Guimarães, é o técnico da seleção feminina de vôlei sentado, que foi campeão mundial em 2022. Nas Olimpíadas, Zé Roberto levou a equipe feminina ao bronze.

Estrangeiros que merecem atenção

Oksana Masters, dos Estados Unidos, atua no ciclismo e é uma das estrelas do esporte paralímpico. Está na sétima edição dos Jogos, entre edições de Verão e Inverno, e ela chama a atenção não apenas pelas diversas conquistas, mas também pela história de vida. Nasceu na Ucrânia em 1989, três anos após o desastre de Chernobyl, e com múltiplas deficiências congênitas. Foi abandonada pelos pais biológicos — sofreu abusos no orfanato — e adotada aos 7 anos pela norte-americana Gay Masters. Ela teve ainda as duas pernas amputadas acima da região do joelho e passou por uma cirurgia nas mãos.

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Oksana Masters é medalhistas nos Jogos de Verão e de Inverno
Oksana Masters é medalhistas nos Jogos de Verão e de Inverno Imagem: REUTERS/Issei Kato

Simone Barlaam é um dos grandes nomes da Itália na natação paralímpica. Aos 24 anos, desembarca em Paris como favorito a pódios, após um ouro, duas pratas e um bronze em Tóquio, e nada menos que seis ouros no Mundial do ano passado.

O alemão Markus Rehm, do atletismo, é conhecido como "Blade Jumper". Em Paris, desponta como favorito ao ouro no salto em distância, o que seria o quarto título paralímpico

A indiana Sheetal Devi, do tiro com arco, também é uma daquelas histórias que chamam a atenção. Ela nasceu sem os braços devido a uma condição chamada focomelia. Sendo assim, ela atira utilizando as pernas, os pés e a boca. Ganhou o ouro no individual feminino nos Jogos Paralímpicos da Ásia, em 2022.

A holandesa Diede de Groot é a atual estrela do tênis de cadeira de rodas do país. Número um do ranking, ela ganhou o ouro em Tóquio no individual e nas duplas — fez parceria com Aniek van Koot.

Marcel Hug, da Suíça, tem o apelido de "bala de prata", devido à velocidade e cor do capacete. Ele atua na Classe T54 (competem em cadeiras de rodas) do atletismo, e venceu nos 800m, 1500m, 5.000m em Tóquio.

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