Por que as Paralimpíadas não são realizadas junto às Olimpíadas?
Colaboração para o UOL, em São Paulo
28/08/2024 19h26
Uma tradição acontece desde a virada do século 21. Sempre depois de uma edição dos Jogos Olímpicos, começam os Jogos Paralímpicos. Mas quando essa tradição começou? Será que um dia eles poderão ser realizados juntos?
Desde a edição de Seul, em 1988, os Jogos Paralímpicos sempre são realizados na mesma cidade onde foram feitos os Jogos Olímpicos, tanto em suas versões de verão quanto na de inverno.
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Em 19 de junho de 2001, esse fato foi ratificado em forma de acordo entre o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Paralímpico Internacional, garantindo assim que os para-atletas utilizem as mesmas estruturas que os atletas olímpicos.
Assim, desde a entrada em vigor deste acordo em Pequim, em 2008, os Jogos Paralímpicos decorreram sempre quase duas semanas após a cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos.
Nos últimos anos, vem sendo discutida a possibilidade de juntar a disputa das Olimpíadas com a das Paralimpíadas, porém, a possibilidade é descartada por dirigentes. Dentre as principais razões, estão fatores como o de economia e de logística.
"Percebemos que, se quiséssemos fazer ao mesmo tempo, teríamos que duplicar o número de infraestruturas, pois há o dobro de atletas com competições, enquanto aqui estamos a otimizar as infraestruturas utilizando-as em momentos distintos. Se quiséssemos fazê-los ao mesmo tempo, teríamos, portanto, de duplicar a infraestrutura. O orçamento duplicaria".
Tony Estanguet, presidente do comitê organizador dos Jogos Paralímpicos
De acordo com dados do Comitê Olímpico divulgado jornal pelo L'Équipe, durante os Jogos Olímpicos de Paris 2024, a Vila Olímpica recebeu 14.500 atletas e membros de delegações. Durante os Jogos Paraolímpicos, se estima que serão abrigadas 9 mil pessoas, o que significa que uma Vila com cerca de 26 mil leitos teria que ser construída para que os dois eventos acontecessem ao mesmo tempo.
Também teria sido necessário ter disponíveis duas piscinas olímpicas, ou mesmo dois estádios de atletismo, por exemplo. Elementos que teriam, portanto, aumentado os custos e que também teriam exigido uma enorme logística para evitar possíveis problemas ligados à segurança dos espectadores ou à gestão dos fluxos.