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Dupla garante medalha após sonho no futebol e acidente em ponto de ônibus

Paralimpíadas 2024: Cátia Oliveira e Joyce Oliveira, do tênis de mesa Imagem: Silvio Ávila/CPB

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

29/08/2024 19h44

O Brasil já tem medalha garantida no tênis de mesa nos Jogos Paralímpicos de Paris. A dupla formada por Joyce Oliveira e Cátia Oliveira está na semifinal das duplas femininas da classe WD5 (cadeirantes), e já têm lugar no pódio.

Elas voltam à mesa nesta sexta-feira (30), contra as sul-coreanas Su Yeon Seo e Jiyu Yoon. A modalidade não tem disputa pelo terceiro lugar e, em caso de derrota, as brasileiras ficam com o bronze.

Cátia foi bronze no individual em Tóquio, enquanto Joyce vai colocar a primeira conquista paralímpica no currículo.

Cátia jogava futebol

Cátia Oliveira era jogadora de futebol na juventude e atuava pelo Botucatu-SP. Ela tinha 16 anos quando, em outubro de 2007, viveu um dia com um misto de acontecimentos e emoções. Ela sofreu o acidente automobilístico que a deixou tetraplégica no dia em que foi convocada para a seleção brasileira sub-17 para disputar o Mundial da categoria.

O carro em que ela se chocou na traseira de outro veículo. A atleta dormia no banco traseiro, sem o cinto de segurança e, com o impacto, sofreu uma lesão medular cervical.

Cátia conheceu o tênis de mesa seis anos após o acidente, e a modalidade mudou a vida dela. "Conheci em uma feira realizada em São Paulo, especializada em adaptações de equipamentos para deficientes físicos. Ao conhecer o tênis de mesa, me apaixonei. Um mês depois, entrei num ginásio para disputar um campeonato e senti que aquela chama que havia se apagado no futebol reacendeu novamente. Voltei a sonhar em defender meu país em uma competição esportiva", disse, ao site da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa.

Joyce tem pódio inédito

Joyce Oliveira é natural de Jundiaí, São Paulo, e ficou paraplégica aos 12 anos, após ser atingida na coluna cervical na queda da marquise de um ponto de ônibus. Ela teve contato com o tênis de mesa logo após o acidente.

"Conheci o tênis de mesa no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, onde fui realizar tratamento. Durante os dois meses que fiquei lá, fui direcionada para a prática do tênis de mesa, pois eles usam a inserção no esporte para auxiliar no tratamento", lembrou, ao site da CBTM.

A mesatenista tem títulos ao longo da carreira, mas ainda faltava uma medalha paralímpica. Ela, que esteve em Londres-2012, Rio-2016 e Tóquio-2020, cita "sonho realizado", mas garante que a caminhada está longe do fim.

"É a minha primeira. Faltavam Mundial e Paralimpíadas. Agora, esse sonho está sendo realizado. O bronze está garantido, mas temos um sonho maior e vamos buscar o ouro. Estamos bem focadas. Vamos enfrentar uma dupla forte, mas é focar e dar o nosso melhor"

O entrosamento das parceiras é um ponto positivo no trabalho. "Me identifico muito com a Joyce. Temos um entendimento e uma energia mútua muito grande na mesa. Ela é bem parecida comigo no aspecto da garra, da vibração. No tênis de mesa, a considero um ídolo", disse Cátia, ainda antes dos Jogos.

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