Halterofilista foca nas Paralimpíadas em luta contra câncer: 'Salvação'

As disputas da categoria acima de 50kg do levantamento de peso nas Paralimpíadas só começam na próxima semana, mas uma para-halterofilista já ganha destaque pelo fato de estar competindo com uma enfermidade de alto grau.

O que aconteceu

A para-halterofilista espanhola Loida Zabala, de 37 anos, deve disputar sua quinta edição dos Jogos Paralímpicos em Paris. Ela compete na categoria acima de 50kg. Porém, a disputa será diferente para a hispânica.

Zabala teve diagnosticado um câncer crônico em outubro de 2023, e vem tratando uma enfermidade que começou no pulmão, e criou uma neoplasia maligna que se espalhou para o cérebro, fígado e rins. Desde então, vem se submetendo a um tratamento direcionado ao câncer por meio de comprimidos.

Porém, apesar do câncer, Zabala irá competir nas Paralimpíadas, e por conta disso, destinou um tratamento especial para o câncer, que está no estágio 4. Com o tratamento, o tumor renal desapareceu, permanece no pulmão e no fígado e "dois pequenos resíduos tumorais no cérebro que me irritam porque estão sangrando", segundo a para-atleta ao diário Marca.

A espanhola não possui locomoção nas pernas desde os 11 anos, quando a mielite transversa, doença causada pela inflamação da medula espinhal, o privou da mobilidade das pernas.

Em busca da participação nas Paralimpíadas, Zabala mudou o seu estilo de tratamento contra o câncer. Agora, em vez dos oito comprimidos diários, baixou a dosagem para seis por dia.

Desde janeiro, a espanhola está de dieta porque o tratamento faz com que ele retenha muito líquido. E nessas últimas duas semanas vem fazendo uma dieta muito pobre em gorduras e carboidratos porque ainda tem três quilos para perder até a competição. Sua nutricionista também viajará com ela para Paris.

Na véspera da pesagem, Loida disse ao jornal MARCA que terá sauna, banho quente e que não poderá beber líquidos. Porém, para ela, todo sacrifício "vale a pena". A para-atleta diz que a concentração para os Jogos tem sido sua "tábua de salvação", e que não mudaria nada do que viveu até aqui.

"O normal quando você recebe uma má notícia é passar o dia pensando nas consequências, mas desde que concentrei minha atenção em Paris, ela tem sido minha tábua de salvação. Estar viva em Los Angeles. Porque quero viver, não sobreviver. Quero continuar aproveitando a vida. Se o tratamento reduzir minha qualidade de vida, vou abandoná-lo. Será difícil para mim convencer minha família, mas a decisão é minha. Entendo que minha família quer me ter ao seu lado durante enquanto eu viver. Quando eu partir, gostaria de levar a dor da minha mãe, embora não possa fazê-lo".

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"Eu não mudaria nada do que vivi até agora, nem mesmo as más notícias. Deixaria tudo como está. Antes eu dava importância a questões que hoje não têm sentido. Não é que estou fria agora, mas descobri a força que tenho dentro de mim. Se antes eu aproveitava a vida, agora aproveito o dobro. Antes eu presumi que poderia deixar passar oportunidades para outro momento porque tinha futuro. Agora não. É uma notícia que você não espera que seja dada a você. Espero que a visibilidade que tenho ajude para destinar mais dinheiro para investigar o câncer. Conto na internet porque tenho câncer de pulmão e nunca fumei. Também quero conscientizar as pessoas porque aconteceu comigo mesmo me cuidando".

Loida Zabala ao diário Marca

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