Phelipe já amplia coleção e chora na 'última dança' nas Paralimpíadas

Com a medalha de prata em mãos, Phelipe Rodrigues chorou. As lágrimas não foram apenas pela emoção de mais uma conquista em Jogos Paralímpicos, mas também por saber que o adeus está próximo.

Atleta com mais pódios paralímpicos na delegação brasileira, o nadador de 34 anos faz sua "última dança" nos Jogos em Paris e se despede de uma relação que começou há mais de uma década, ainda em Pequim-2008. Agora, são nove medalhas, e ele pode terminar essa trajetória com 11 — nada ainda os 100m livres e o revezamento misto 4x100 livre 49pts.

"Eu segui esse plano. Tenho outros planos na vida pessoal. Queria uma medalha aqui. Ainda vou nadar mais duas provas e vou brigar por essas duas. Posso dizer que eu sou um homem realizado. Eu queria o ouro, fiquei muito perto, mas conquistar medalha em cinco Jogos Paralímpicos é uma coisa sensacional. Poder representar o Brasil mais uma vez no pódio... Não tenho nem palavras para descrever."

Phelipe nasceu com o pé torto congênito (direito) e compete na classe S10. O nadador também ficou com a prata nos 50m livres na Rio-2016. "No Rio, queria ganhar a qualquer custo uma medalha em casa. Minha família estava me assistindo, o povo nos apoiando. E aqui tem o sentimento de ser a última. Então, são dois sentimentos diferentes."

'Ano bem difícil'

Após sair da água, o largo sorriso de satisfação não deu espaços apenas ao choro, mas também a um breve desabafo. "Eu não sei nem o que falar. Foi um ano bem difícil em todos os aspectos. Eu mesmo me cobrando muito, muita pressão. Essa é minha última edição de Jogos. Passei várias noites em claro, sem conseguir dormir depois que cheguei à França. Eu só queria uma medalha e está aí, né?", revelou, ao SporTV

Phelipe já prepara a despedida desde Tóquio. Ele bateu um papo com o UOL em meio ao Parapan de Santiago — também o último da carreira —, no ano passado, e falou sobre os ciclos que encerravam. "Estou me preparando para minha despedida desde Tóquio. Desde aquela época, decidi que o Parapan seria o divisor de águas. Venho ao meu último com uma cabeça muito tranquila e feliz de poder estar representando o Brasil."

À época, ele chegou a colocar em dúvida a participação em Paris. "Primeiramente, preciso tirar um tempo para mim mesmo, organizar as minhas ideias e planos futuros. Mas, no próximo ano, pretendo me mudar para o exterior, focar em outros projetos pessoais para que eu possa dar continuidade na minha vida e, a partir disso, avaliar se vale ou não apenas seguir até Paris", apontou.

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O nadador não só seguiu até Paris como já aumentou a coleção particular de medalhas paralímpicas.

Medalhas de Philipe Rodrigues

Paris-2024
50m livre - prata

Tóquio-2020
50m livre - bronze

Rio-2016
50m livre - prata
Revezamento 4x100m livre 34pts - prata
100m livre - bronze
Revezamento 4x100m medley 34pts - bronze

Londres-2012
100m livre - prata

Pequim-2008
50m livre - prata
100m livre - prata

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