Conheça a holandesa que há 4 anos ganha tudo no tênis de cadeira de rodas
A grande favorita pelo ouro na chave de simples do tênis nas Paralimpíadas de Paris não poderia ser outra que não a holandesa Diede de Groot. E o favoritismo é totalmente justificado pelos resultados.
O que aconteceu
Diede de Groot, de 27 anos, é completamente badalada por conta de seus recordes conquistados durante o ciclo até os Jogos. Ela venceu todos os Grand Slams na categoria simples para cadeirantes desde o US Open, em 2020.
Em 2024, Diede já venceu os títulos do Australian Open, de Roland Garros e de Wimbledon, e só não repetirá o feito de ganhar pela quarta vez seguida o Calendar Slam, porque a organização do US Open optou por cancelar o torneio para cadeirantes, por estar sendo disputado no mesmo período que as Paralimpíadas.
No período, a holandesa conseguiu um feito no tênis feminino que só a alemã Steffi Graf conseguiu entre os olímpicos: vencer todos os Grand Slams e a medalha de ouro olímpica, o chamado Golden Slam, feito que apenas ela tem no movimento paralímpico.
A holandesa também teve uma série de 145 jogos consecutivos sem perder entre fevereiro de 2021 e maio de 2024. A invencibilidade caiu para a chinesa Li Xiaohui, na Copa do Mundo por equipes, uma espécie de Copa Davis do tênis para cadeirantes.
A para-tenista ganhou o Prêmio Laureus em 2024 ao ser considerada a "pessoa do ano" na categoria para deficientes físicos. O prêmio foi considerado uma homenagem por sua trajetória no tênis.
Diede tem uma história singular desde que nasceu, em Woerden, na Holanda, em 19 de dezembro de 1996. Aos poucos, ainda como bebê, suas pernas ficaram desiguais em comprimento. Sua perna direita ficou mais curta e o quadril não estava alinhado corretamente. Em seu primeiro aniversário, ela recebeu sua primeira prótese e logo depois conseguiu dar seus primeiros passos.
Para estabilizar ainda mais o quadril, Diede foi operada várias vezes, mas devido à grande diferença no comprimento de suas pernas, ela sempre dependeria de uma prótese. Mesmo iniciando na natação, ela queria aprender a jogar tênis.
Mas, como ela não dependia de uma cadeira de rodas na vida diária, sua escolha pelo tênis em cadeira de rodas foi difícil. Seguindo o conselho do centro de reabilitação, porém, ela optou pelo tênis.
Após anos de treinamento em mobilidade de cadeira de rodas, agilidade com raquete e bola e ganhando experiência em competições, aos 12 anos, Diede foi convidada para a seleção nacional holandesa júnior de cadeira de rodas. Na época, ela já jogava com as mulheres em nível nacional e alcançou eventualmente o primeiro lugar no ranking internacional com os juniores.
Após concluir seus estudos, Diede decidiu se tornar uma jogadora de tênis em cadeira de rodas em tempo integral naquele mesmo ano. Sua ascensão rumo ao topo foi rápida, e logo no primeiro ano, foi medalhista de prata nas Paralimpíadas do Rio, em 2016.
Logo depois disso, ela ganhou seu primeiro título de Grand Slam e alcançou a posição de número um do mundo em 2018, de onde não saiu desde então. Seu sobrenome, Groot, que significa "Grande", em holandês, fez Diede ganhar o apelido de "Diede, the Great", ou "Diede, a Grande". Porém, ela acredita que é a combinação de várias habilidades que a faz ser uma grande jogadora:
Não acho que tenho o melhor saque. Não acho que tenho o melhor forehand. Só acho que sou muito boa em todos os níveis. Sou uma jogadora completa. Eu realmente não tenho um ponto fraco e é muito difícil para as adversárias jogarem contra.
Diede de Groot, em entrevista à CNN
No momento, seu principal objetivo é a medalha de ouro nas Paralimpíadas em Paris, tanto no torneio de simples, quanto nas duplas, que deve disputar ao lado de Jiske Griffioen, em meio à pressão pela vitória.
Eu sei que todas essas garotas estão trabalhando para me vencer, o que é divertido, mas intenso ao mesmo tempo. Elas não estão jogando com nenhuma pressão quando jogam contra mim, e eu sinto toda a pressão porque há uma enorme série que me persegue por todo lugar. Ao mesmo tempo, eu realmente tento esquecer tudo isso e apenas jogar tênis.
Diede de Groot, em entrevista à CNN
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