Jerusa leva ouro inédito em quinta participação: o 6º dia das Paralimpíadas
Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)
03/09/2024 19h25
Jerusa Santos representa o Brasil em Jogos Paralímpicos desde Pequim-2008, mas em Paris alcançou uma sensação ainda inédita até então: o topo do pódio. Ela levou o ouro nos 100m T11 e recheou ainda mais o currículo — que teve recorde mundial e paralímpico na semifinal da prova.
Ela correu a distância em 11s83. Antes, já tinha batido o recorde mundial e paralímpico da prova com 11s80. Foi a primeira vez que a atleta chegou ao topo do pódio pela primeira vez no evento — ela já tinha duas pratas e um bronze
Esta é a newsletter Diário de Paris, o guia do UOL sobre as Paralimpíadas. Para receber no seu email gratuitamente, basta se inscrever.
*******
Apenas quatro velocistas cegas na história conseguiram fazer os 100m em menos de 12s. Além de Jerusa, as chinesas Cuiqing Liu e Guohua Zhou e a britânica Libby Clegg conseguiram tal feito.
Demorou um pouquinho, mas chegou. Estou muito feliz, só tenho a agradecer a Deus e a todos que me apoiaram. É um sonho que a gente vem buscando há muitos anos. É um filme que passa em minha cabeça e, finalmente, aqui em Paris, conquistamos o ouro que faltava no meu quadro de medalhas. Sem palavras para explicar Jerusa
O Brasil teve ainda duas dobradinhas no pódio ao longo das competições de atletismo, uma no próprio 100m — Lorena Spoladore ganhou o bronze — e outra no masculino 1500m T11 — com ouro para Yeltsin Jacques e bronze para Julio Cesar Agripino.
Na natação, Mariana Gesteira e Mayara Petzold mantiveram o ritmo da natação em Paris e levaram a bandeira brasileira ao pódio.
Bruna Alexandre, mesatenista que participou também das Olimpíadas, ficou com o bronze.
O futebol de cegos passou à semifinal e tem o clássico com a Argentina pela frente, em reedição da decisão de Tóquio. No goalball, a seleção feminina venceu o Japão, avançou às semifinais e busca medalha inédita.
Dobradinhas no pódio
O atletismo brasileiro teve mais um dia de boas notícias em Paris, com sete medalhas e direito a duas dobradinhas no pódio.
Raissa Machado levou a prata no lançamento de dardo. "Acordei sabendo que uma medalha seria minha, não importava a cor. Agora é começar a me preparar para buscar o ouro em Los Angeles [nos Jogos Paralímpicos de 2028]".
No masculino 1500m T11, Yeltsin Jacques conquistou o ouro, enquanto Julio Cesar Agripino ficou com o bronze. Eles dividiram o pódio pela segunda vez nesta edição dos Jogos. Nos 5.000m da categoria, Agripino chegou ao topo e Yeltsin o bronze.
"Muito feliz por repetir o que fiz em Tóquio, fruto de muito trabalho. O Brasil se tornou uma força nas provas de meio fundo e de fundo, pesquiso bastante sobre fisiologia, somos muito fortes e só temos a crescer e conseguir ótimos resultados", disse Yeltsin
Mateus Evangelista Cardoso conquistou o bronze no salto em distância T37. Rayane Silva subiu ao segundo degrau do pódio no feminino 100m T13.
No feminino 200m T64, nova dobradinha brasileira. Jerusa Santos ficou com o ouro e Lorena Spoladore com o bronze. Jerusa ainda bateu o recorde mundial na semifinal da prova, com o tempo de 11s80. A marca anterior já pertencia a ela - 11s83, registrada no CT Paralímpico, em São Paulo.
Natação
Modalidade em que o Brasil conquistou diversas medalhas em Paris, a natação teve novos pódios. Mariana Ribeiro ganhou o bronze nos 100m costas S9 (físico-motora), enquanto Mayara Petzold ficou na terceira colocação nos 50m borboleta S6 (limitação físico-motora).
Clássico sul-americano
O Brasil empatou sem gols com a China na última rodada da fase de grupos do futebol de cegos e vai enfrentar a Argentina na semifinal, em jogo a ser realizado na quinta-feira.
A equipe verde e amarela segue invicta quando o assunto são os Jogos Paralímpicos e está na busca do hexa. Em Paris, a seleção bateu a Turquia e a França nas rodadas iniciais.
A busca pela medalha inédita
A seleção feminina de goalball venceu o Japão por 2 a 0, na tarde desta terça-feira, e avançou à semifinais. Assim, mantém a caminhada na luta por medalha inédita. O duelo que vale vaga na final será nesta quarta-feira, contra a Turquia.
A equipe masculina também está na semifinal, e vai enfrentar a Ucrânia.
Medalha no tênis de mesa
Bruna Alexandre, primeira atleta brasileira a disputar as Olimpíadas e Paralimpíadas, ficou com o bronze na classe 10 do tênis de mesa. Ela perdeu a semifinal para a australiana Qian Yang e vai subir ao pódio — no tênis de mesa paralímpico não há disputa de terceiro lugar.