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Atletas paralímpicos aprovam instalações em Paris: 'Tudo é adaptado'

Osiris Aneth e Maria Guadalupe, do México, na Vila Paralímpica em Paris Imagem: Alex Slitz/Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

03/09/2024 12h20

Nas Olimpíadas em Paris, um dos locais mais criticados pelos atletas foi a Vila Olímpica, com reclamações sobre as camas, sobre a ausência de ar-condicionado no calor parisiense, a comida, dentre outros temas, o que não acontece na Vila Paralímpica.

O que aconteceu

O jornal L'Équipe destacou que, em comparação com os "perrengues" da Vila Olímpica, a Vila Paralímpica, situada no mesmo local das Olimpíadas, não teve grandes problemas e vem sendo elogiada pelos para-atletas.

O periódico destacou que mesmo quando existem pequenos problemas, quando o local da delegação francesa teve seu elevador quebrado, os para-atletas ressaltaram a convivência no ambiente entre eles, em vez das dificuldades.

Atletas destacaram que a vila paralímpica francesa, localizada em Seine-Saint-Denis, é frequentemente considerada por muitos deles perfeita em termos de acessibilidade e praticidade.

A Vila Paralímpica internacional, a mesma das Olimpíadas, abarca 9 mil pessoas entre para-atletas e comissões técnicas, e está localizada entre três municípios da região metropolitana da capital francesa: Saint-Denis, Saint-Ouen-Sur-Seine e Île-Saint-Denis.

Dentre as vias de acessibilidade destacadas pelos para-atletas estão meios de locomoção entre os locais de provas e treinamentos, calçadas rebaixadas, faixa no chão para deficientes visuais, banheiros e chuveiros para acomodar cadeiras e quartos obviamente projetados para a passagem de cadeiras de rodas.

"Entre as pessoas com deficiência visual e aquelas com mobilidade reduzida, leva um pouco mais de tempo para entrar na cabine do elevador. Mas o complicado se transforma em convivência, pois os elevadores estão cheios, o que nos permite conhecer pessoas que, às vezes, não nos veem. A gente nem sempre sabe disso, elas nem sempre usam óculos, estão concentradas e, quando esbarram em nós, pensamos: 'Ah, era uma pessoa com deficiência visual'. Mas isso cria um momento de troca."

Vincent Clarico, diretor de desempenho da Federação Francesa de Esportes Adaptados

Algumas equipes tem sede própria, entre elas, os franceses, que no andar térreo do edifício onde estão hospedados, abaixo do andar reservado à equipe médica e fisioterapeutas, os para-atletas da casa têm acesso a uma lavanderia para cuidar de suas roupas e depois precisam caminhar 200 metros para chegar ao refeitório.

Um pouco mais adiante, na zona internacional, os atletas têm acesso a um minimercado, um fast-food e uma sala de jogos, todos também perfeitamente adaptados. O jogador australiano de rúgbi Chris Bond reconheceu ao L'Équipe que o espaço era "realmente ótimo, temos também um espaço para nos reunirmos", completou.

Além dos espaços dentro da Vila, existem 210 ônibus com acessibilidade, que circulam, em modelo de transporte circular entre alguns dos principais pontos de competição, a cinco minutos do prédio. Porém, alguns atletas, como o veterano francês Pierre Fairbank, disseram ao L'Équipe que não conseguiam aproveitar os demais locais por falta de tempo:

"O desafio é ir a todos os lugares", acrescenta o experiente Fairbank (53 anos). "Vou aproveitar depois. Vou do meu quarto ao refeitório, depois para os cuidados e para o treino ou para o estádio".

Somos privilegiados. Tudo é adaptado por cerca de dez dias, e é uma pena que isso aconteça apenas uma vez a cada quatro anos.

Timothée Adolphe, para-atleta francês, ao L'Équipe

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