Brasil faz melhor campanha com chuva de ouros: o 10º dia das Paralimpíadas
O Brasil atingiu a sua maior campanha de todos os tempos nos Jogos Paralímpicos. No penúltimo dia de Paris, a delegação verde e amarela alcançou 86 medalhas no total na trajetória da competição e superou as 72 conquistadas em Tóquio-2020 e Rio-2016. Além disso, ultrapassou também o número de ouros, com 23 — até então, a maior marca era 22, em Tóquio.
A virada para o recorde de medalhas em uma edição aconteceu ainda no começo do dia, no atletismo, e com dose dupla no pódio. Ricardo Mendonça e Christian Gabriel conquistaram prata e bronze, respectivamente, nos 200m T37, e fizeram o Brasil chegar a 73 medalhas na capital francesa.
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A medalha que fez Paris se tornar a edição com mais topos do pódio também veio no atletismo. Jerusa Geber venceu os 200m T11 (destinada a deficientes visuais), e garantiu o 23º ouro do Brasil nestes Jogos.
Evolução do quadro de medalhas do Brasil
Atenas-2004: 14 ouros, 12 pratas, 7 bronzes - 33 medalhas.
Pequim-2008: 16 ouros, 14 pratas, 17 bronzes - 47 medalhas.
Londres-2012: 21 ouros, 14 pratas, 8 bronzes - 43 medalhas.
Rio-2016: 14 ouros, 29 pratas, 29 bronzes - 72 medalhas.
Tóquio 2020: 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes - 72 medalhas
Paris-2024: 23 ouros, 25 pratas e 38 bronzes - 86 medalhas (até aqui)
As medalhas do dia
Pódios e recorde
Rayane Soares conquistou o ouro ao vencer os 400m da classe T13 (deficiências visuais) no atletismo. A brasileira fez a prova em 53s55 e quebrou o recorde mundial, marca que durava desde 1995 — era 54s46, de Marla Runyan, dos Estados Unidos. Lamiya Valiyeva, do Azerbaijão, fez em 55s09 e ficou com a prata, enquanto a portuguesa Carolina Duarte completou em 55s52 e levou o bronze.
Jerusa Geber também chegou ao topo do pódio, mas no vencer os 200m T11 (deficientes visuais), com o tempo de 24s51. Ela igualou o recorde paralímpico da britânica Libby Clegg, que fez a mesma marca no Rio-2016.
O Brasil teve dobradinha no pódio nos 200m da classe T37 (paralisados cerebrais). Ricardo Mendonça conquistou a prata e Christian Gabriel ficou com o bronze. Enquanto isso, Paulo Henrique dos Reis conquistou o bronze no salto em distância T13 (deficiência visual). O melhor salto foi 7,20m, melhor marca dele na temporada.
Thomaz Ruan levou o bronze nos 400m T47 (amputados de braço). Ele fez o tempo de 47s97 e chegou atrás dos marroquinos Ayoub Sadni (47s16) e Aymane El Haddaoui (46s65) — Foi a segunda medalha paralímpica do brasileiro, que ficou com a prata em Tóquio, na mesma prova.
Judô brilha
O judô brasileiro brilhou ao longo deste sábado e conquistou, entre outras medalhas, três ouros. A contagem foi aberta com Arthur Silva, que conquistou a primeira medalha paralímpica dele. Na final da categoria até 90kg da classe J1 (cegos totais ou com percepção de luz), ele venceu o britânico Daniel Powell, por ippon.
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Resumo dos resultados dos atletas brasileiros de olho em Los Angeles 2028 e os bastidores do esporte. Toda segunda.
Quero receberWilians Araújo, logo depois, levou a segunda medalha em Paralimpíadas, e a primeira de ouro. Prata no Rio-2016, o judoca derrotou o lutador da Moldávia Ion Basoc, por ippon, na final da categoria acima de 90kg, da classe J1 (cegos totais ou com percepção de luz).
"Tudo por ela [filha], tudo pra ela. Quero que ela tenha muito orgulho do pai que ela tem, uma pessoa com deficiência e que conseguiu vencer através do esporte. O moldávio é muito difícil, um cara que eu tinha perdido pra ele agora, no mês de maio. É muito bom fazer essa história, construir essa história", disse Willian.
.Rebeca Silva, que é estreante em Jogos, venceu a categoria acima de 70Kg J2 (baixa visão). Na decisão, a brasileira derrotou a cubana Sheyla Hernandez Estupinan, por ippon.
Erika Zoaga ficou com a prata na categoria acima de 70kg da classe J1 (cegos totais ou com percepção de luz). Na final, ela perdeu para a ucraniana Anastasiia Harnyk por ippon. Na categoria até 90kg para atletas J2 (baixa visão), Marcelo Casanova conquistou o bronze ao vencer, com um wazari, o italiano Simone Cannizzaro.
Peso de ouro
Mariana D'Andrea conquistou a medalha de ouro no halterofilismo, categoria até 73kg. A brasileira levou o bi na prova, após o título em Tóquio. Ela levantou 148kg e determinou o novo recorde paralímpico. A atleta superou Ruza Kuzieva, do Uzbequistão, que levantou 147kg e ficou com a medalha de prata, e a turca Sibel Cam, que levantou 120kg e ganhou com o bronze.
Bronze no futebol
O Brasil conquistou o bronze no futebol de cegos ao vencer a Colômbia por 1 a 0, gol de Jefinho. Em Paris, foi a primeira vez que a seleção verde e amarela ficou fora da final. A modalidade estreou em Paralimpíadas em Atenas-2004, e desde então o topo do pódio tinha sido apenas brasileiro.
O time perdeu a semifinal para a Argentina nos pênaltis, após empate sem gols. O Brasil segue sem perder no tempo regulamentar em jogos paralímpicos.
Canoagem
A canoagem brasileira conquistou duas medalhas neste sábado. Luís Carlos Cardoso ganhou a prata nos 200m da classe KL1 (usa somente os braços na remada), e repetiu a prata de Tóquio. Ele completou a prova em 46s42. O ouro foi para o húngaro Peter Kiss, que marcou 44s55, novo recorde paralímpico, e o bronze foi para o francês Remy Boulle, com 47s01.
Miqueias Rodrigues, que estreia em Paralimpíadas, conquistou o bronze nos 200m da classe KL3 (usa braços, tronco e pernas na remada). Ele fez a prova com o tempo de 40s75, atrás do argelino Brahim Guendouz, com o tempo de 39s91, e do australiano Dylan Littlehales, com 40s68.
Bronze na natação
A natação brasileira voltou ao pódio neste penúltimo dia das Paralimpíadas. Lídia Cruz conquistou o bronze nos 50m costas S4 (atletas com limitações físico-motoras), com o tempo de 52s00. O ouro ficou com a grega Alexandra Stamatopulou, que fez 50s12, e a prata com a alemã Gina Boettcher, que fez 51s40. Esta foi a terceira medalha de Lidia em Paris — ela já tinha conquistado o bronze nos 150m medley e no revezamento 4x50m livre - 20 pontos.
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