'Messi dos cegos' tentará trazer ouro inédito para Argentina no futebol
Neste sábado (7), às 15h (horário de Brasília), uma nova decisão ocorre entre França e Argentina, agora na disputa do futebol de cegos das Paralimpíadas. E uma das esperanças da equipe argentina é um jogador que foi comparado até mesmo com Lionel Messi.
O que aconteceu
A Argentina se classificou para a final do torneio do futebol para cegos após vencer nos pênaltis o Brasil por 4 a 3. A partida teve o goleiro argentino Muleck como herói após defender duas penalidades.
Entre os atletas que converteram seus pênaltis, está um dos nomes mais importantes da geração argentina: Maxi Espinillo, que até aqui não marcou gols no torneio paralímpico de futebol de cegos.
Espinillo é o grande nome da geração, por suas jogadas de dribles, e um bom número de gols ao longo dos anos. A habilidade dele o fez ser chamado de "Messi dos cegos" pela imprensa argentina.
Ele é um dos grandes nomes da seleção argentina que foi campeã do mundo de futebol de cegos em 2023, tendo Espinillo feito o gol do título. Agora, a seleção albiceleste quer ganhar a medalha de ouro paralímpica;
Trajetória no futebol de cegos
Maxi, que tem 30 anos, perdeu a visão devido a uma doença contraída aos 4 anos. Em entrevista ao site dos Jogos Parapan-Americanos, ele conta que ficou cego por causa de um vírus e teve um descolamento de retina e então, sofre com a cegueira há 26 anos, mesmo tendo tentado uma cirurgia para recuperar a visão.
Tive uma pressão ocular muito forte, me operaram e o nervo óptico não aceitou a cirurgia. Não consigo distinguir cores nem figuras, mas sei quando é dia ou noite, nada mais.
Maxi, em entrevista ao site oficial dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago
O amor pelo futebol começou aos 5 anos, quando ele começou a praticar com uma bola enrolada em um saco ou bolas de plástico com pedras dentro para fazer barulho e ter referência.
Essa paixão e curiosidade pelo esporte tornaram-se seu refúgio e motivação, levando-o a se destacar no futebol de cegos, tendo começado a jogar na equipe da Unión de Córdoba para Ciegos, aos 13 anos, e seu desempenho o levou a jogar pela equipe adulta mais adiante.
Em paralelo à carreira amadora de jogador de futebol de cegos, Espinillo era ambulante nas ruas de Córdoba, assim como seus pais, que também são deficientes visuais. Eles vendiam pilhas, relógios, chocolates, alfajores e outros doces nos ônibus.
"É uma loucura ter vindo de lá e estar aqui. Eu morava numa casa onde chovia mais lá dentro do que lá fora e trabalhava de manhã, das 9h à 1h da tarde", disse ele em entrevista ao jornal La Voz de Córdoba.
Já a primeira convocação para a seleção argentina foi em 2013, e a primeira competição foi nos Jogos Parapan-Americanos em Toronto, no ano de 2015, e seu bom desempenho fez com que pudesse participar dos Jogos Paralímpicos no Rio, em 2016.
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Quero receberMaxi seguiu sendo convocado, e foi um dos grandes nomes da seleção argentina que conquistou a medalha de prata nas Paralimpíadas de 2020, em Tóquio, tendo perdido a final para o Brasil, mesmo tendo marcado 7 gols na competição. Em seguida, vieram o título da Copa do Mundo, vencido contra a China, e a revanche contra o Brasil, na semifinal em Paris.
Atualmente ele mora em Santa Fé e joga pelo Los Búhos, de maneira amadora. Também é torcedor do Instituto, de Córdoba, que atua na primeira divisão do país. Agora, Maxi espera sair da seca de gols, e que a medalha de ouro finalmente seja conquistada para o futebol de cegos do país.
Foi um caminho com muito sacrifício, esforço e treino. Sempre me perguntam como é jogar bola estando cego e bem, acho que isso me ajudou muito a poder me aprimorar em tudo. Não ter visão não me limitou em nenhum aspecto da vida até agora. Fazer parte de um grupo e de uma equipe é incrível. É um grande orgulho e uma honra, seja em Jogos Paralímpicos ou em qualquer outro torneio.
Maxi ao site dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago
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