Paralimpíadas: Encerramento celebra diversidade e tem elogio a Gabrielzinho

Os Jogos Paralímpicos de Paris acabaram. A cerimônia de encerramento aconteceu na tarde deste domingo (8), no Stade de France, diferentemente da abertura, que teve formato inédito e não foi realizada em um estádio. O nadador brasileiro Gabrielzinho, que conquistou três ouros na capital francesa, foi citado no discurso de Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador dos Jogos.

A festa teve, novamente, shows inclusivos e contou com dançarinos de break brasileiros. Samuel Henrique, o 'Samuka', e Lucas Machado, o Perninha, são deficientes e se apresentaram no set do DJ Cut Killer.

O Brasil se despede das Paralimpíadas de Paris com a melhor campanha da história. A delegação conseguiu o recorde de ouros, com 25, recorde de medalhas totais, com 89, e a melhor colocação geral, com a 5ª posição.

Macron vaiado

Logo no começo do evento, Emmanuel Macron, presidente da França, foi anunciado e foi vaiado por parte dos presentes. O país vive uma turbulência política. No começo de junho, Ele dissolveu o parlamento francês no começo de junho, e convocou novas eleições. O anúncio aconteceu após derrota do partido dele (REM) nas eleições do Parlamento Europeu para o partido (RN) de Marine Le Pen, política de extrema-direita.

Gabrielzinho lembrado

O nadador Gabriel Araújo, o Gabrielzinho, foi lembrado em discurso de Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador dos Jogos. O brasileiro conquistou três ouros em Paris. Ele tem focomelia, doença congênita que impede a formação de braços e pernas.

Gabrielzinho com o ouro dos 50m costas da classe S2 das Paralimpíadas de Paris
Gabrielzinho com o ouro dos 50m costas da classe S2 das Paralimpíadas de Paris Imagem: Andrew Couldridge/REUTERS

Na abertura, Tony citou a "revolução paralímpica", e, agora, afirmou que as conquistas dos atletas faziam parte dessa revolução.

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Quando Léon Marchand fez toda a França gritar em uníssono cada vez que ele levantava a cabeça da água no nado peito, isso inspirou milhares de crianças a entrarem em um clube de natação. Quando o nadador brasileiro Gabrielzinho conquistou suas três medalhas de ouro, mudou, definitivamente, a forma como pensamos sobre a diferença e enviou uma mensagem poderosa a todas as pessoas com deficiência: o esporte também é para você. A cada aparição, a revolução paralímpica ganhou mais espaço. Este encontro entre atletas e torcedores ficará conosco para sempre, pois as emoções que vivenciamos nos uniram Tony Estanguet

Dança com tempero brasileiro

Houve uma parcela do evento que foi comandada pelo DJ Cut Killer. O set teve alguns dançarinos com deficiência, dentre eles, dois brasileiros: o b-boy Samuel Henrique, o 'Samuka', e Lucas Machado, o Perninha.

Samuka precisou amputar a perna direita em 2011, em decorrência de um câncer. No mesmo ano, ele começou a aprender breaking. Já Perninha teve uma má formação da perna esquerda durante sua gestação. O breaking foi uma modalidade disputada nos Jogos Olímpico de Paris, mas não teve competição nas Paralimpíadas.

Dançarinos de breakdance na cerimônia de encerramento das Paralimpíadas
Dançarinos de breakdance na cerimônia de encerramento das Paralimpíadas Imagem: REUTERS/Jeremy Lee

Os shows inclusivos já tinham acontecido na cerimônia de abertura. No encerramento, a apresentação oficial da bandeira e hino franceses, no começo do evento, ficou por conta do trompetista André Feydy, que tem uma deficiência no braço direito.

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Após a bandeira paralímpica ser repassada a Karen Bass, prefeita de Los Angeles, Ali Stroker cantou o hino dos Estados Unidos. Ela foi a primeira artista cadeirante a ter um espetáculo na Broadway. Amadou e Mariam, que são deficientes visuais, fizeram uma apresentação acompanhados por um quarteto de cordas, aos pés da pira paralímpica.

Na reta final, Jean-Michel Jarre, apontado como "pai da música eletrônica" na França fez uma apresentação no centro do palco. Durante o show, outros 23 artistas, ressaltando a diversidade da música eletrônica francesa, fizeram uma espécie de revezamento.

Porta-bandeira brasileiros

Carol Santiago e Fernando Rufino desfilam com bandeira do Brasil na cerimônia de encerramento das Paralimpíadas
Carol Santiago e Fernando Rufino desfilam com bandeira do Brasil na cerimônia de encerramento das Paralimpíadas Imagem: Wander Roberto/CPB

A bandeira brasileira foi levada pela dupla Maria Carolina Santiago e Fernando Rufino, o "cowboy de aço".

Carol Santiago ganhou cinco medalhas em Paris, sendo três ouros e duas pratas, e se tornou a brasileira com mais títulos paralímpicos — chegou a seis e ultrapassou as quatro de Ádria Santos. Rufino, da canoagem, ganhou o bi paralímpico nesta manhã (8).

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Novos membros do Comitê Paralímpico

Durante a cerimônia, foram apresentados ao público os seis recém-eleitos membros do Conselho de Atletas do Comitê Paralímpico Internacional. Eles foram eleitos por seus pares durante os Jogos Paralímpicos.

São eles: o português Lenine Cunha, atletismo); o chinês Tan Yujiao, levantamento de peso), o coreano Won Yoo-min, basquete em cadeira de rodas; a alemã Denise Schindler, ciclismo) e os reeleitos Martina Caironi, italiana do atletismo, e a nadadora Vladyslava Kravchenko, de Malta.

O Conselho de Atletas do IPC é um grupo de representantes de atletas eleitos por seus pares que são a voz da comunidade de atletas paralímpicos para o IPC.

Até Los Angeles

Campeã paralímpica de bocha, Aurélie Aubert, que se tornou xodó dos franceses, foi a responsável por, com um sopro, apagar a chama paralímpica. Ela também se apagou na pira suspensa sobre o Jardim de Tulleries.

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Show de luzes

Durante a apresentação final, foi possível observar muitas luzes nas arquibancadas e também na área onde estavam os atletas. A organização distribuiu milhares de pulseiras, que emitiam luzes de acordo com a música que estava sendo tocada na cerimônia.

Conexão no palco

Os medalhistas paralímpicos da França foram chamados aos palco, e tiveram a companhia de atletas que participaram dos Jogos Olímpicos. A união entre olímpico e paralímpico foi uma das bandeiras levantadas pelos Jogos 2024 — utilizaram, inclusive, a mesma mascote, Phryges.

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