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Australiana do breaking vira nº 1 do mundo após virar piada em Paris

Colaboração para o UOL, em Garopaba (SC)

10/09/2024 10h07Atualizada em 10/09/2024 18h30

Rachel 'Raygun' Gunn se tornou número um do mundo depois de virar alvo de piadas por suas apresentações nos Jogos Olímpicos de Paris. Porém, a classificação leva em conta apenas dois campeonatos de 2023 e descarta a participação nas Olimpiadas.

O que aconteceu

Ela aparece na primeira colocação por conta dos 1.000 pontos somados na vitória do WDSF Oceania Championship, em 2023, torneio que a classificou para os Jogos de Paris.

O novo ranking mundial foi divulgado nesta segunda-feira (9) pela federação internacional das modalidades de dança, a World DanceSport Federation.

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Diante da enorme repercussão pela liderança de Raygun, a entidade fez uma publicação nas redes sociais explicando os critérios e informou que a classificação leva em conta as quatro melhores campanhas de cada atleta nos últimos 12 meses, e que os pontos expiram depois de 52 semanas.

Apenas dois eventos estão sendo contados para o ranking atual: o campeonato regional da Oceania, vencido por Raygun em outubro de 2023, e a etapa de Hong Kong do circuito mundial de breaking. Os pontos da vitória da australiana expiram em um mês.

O resultado das Olimpíadas não entra na conta do novo ranking devido à quantidade limitada de atletas que puderam participar. RayGun não somou pontos nos Jogos de Paris.

Outras três australianas aparecem entre as oito melhores da lista, além de Raygun: Holy Molly (4ª), Hannah (5ª) e G-Clef (8ª). As três medalhistas de Paris não aparecem na lista.

A melhor dançarina de breaking

Raygun deu recentemente a sua primeira entrevista após os Jogos de Paris e foi questionada se, de fato, achava que era a melhor dançarina de breaking da Austrália.

Acho que meu histórico fala sobre isso. Fui a B-girl australiana mais bem classificada em 2020, 2022 e 2023. Fui convidada para vários campeonatos mundiais... Então, o registro está aí. Mas tudo pode acontecer em uma batalha
Raygun ao programa The Project, da rede de televisão australiana Network 10

Polêmica após disputa em Paris

Rachel 'Raygun' Gunn, competidora australiana de breaking , nas Olimpíadas de Paris Imagem: DeFodi Images/DeFodi Images via Getty Images

Rachel 'Raygun' Gunn, de 36 anos, não conseguiu nenhum ponto nas três batalhas de que participou em Paris. O breaking, arte da dança procedente da cultura hip-hop, estreou como modalidade olímpica na edição deste ano dos Jogos.

Ela foi motivo de piadas nas redes sociais e também recebeu uma onda de ataques. Diversos memes foram criados, mas ela passou a receber ofensas e foi hostilizada virtualmente.

As críticas a Raygun foram além da esfera esportiva. A atleta também foi acusada de tentar "zerar pontos propositalmente" como parte de um estudo acadêmico. A professora e ativista Megan Davis foi quem defendeu a tese, segundo informações do 'News.com'.

Receber zero pontos propositalmente em três rodadas por um estudo acadêmico subsidiado pelo contribuinte, tanto em nível universitário quanto olímpico, não é engraçado e não é 'tentar'. É desrespeitoso com outros competidores. Vida rica e confortável, educada, sem nenhuma preocupação no mundo, nada realmente importa, que diversão, que garota australiana divertida, gargalhadas. Megan Davis, vice-reitora da Universidade de New South Wales e integrante da Comissão da Liga Australiana de Rúgbi

A B-girl é uma professora universitária e tem doutorado com tese relacionada ao breaking. Gunn palestra na Faculdade de Artes da Macquary University, em Sydney, Austrália. Oito anos após se tornar bacharel em música contemporânea, em 2009, ela concluiu doutorado em estudos culturais. Sua tese "Desterritorializando o gênero na cena breakdance de Sydney: a experiência de uma B-girl fazendo B-boy" tem como foco a interação entre gêneros no meio da dança.

Foi apresentada ao breaking por seu marido, que atuou como técnico da modalidade nas Olimpíadas. Gunn praticava dança desde criança, especializando-se em dança de salão, sapateado e jazz. Seu então namorado, Samuel Free, incentivou-a a experimentar um novo estilo. Ela começou a competir no início da década de 2010 e retomou após concluir seu doutorado.Free, o homem que introduziu Gunn à modalidade, já ganhou competições de breaking ao longo da carreira e foi a Paris como treinador.

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