Presidente do COI diz que discurso de ódio contra boxeadoras é inaceitável
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, afirmou neste sábado que o "discurso de ódio" dirigido às boxeadoras Imane Khelif e Lin Yu-Ting na Olimpíada de Paris é "totalmente inaceitável". "Não participaremos de uma guerra cultural politicamente motivada", disse Bach em entrevista coletiva.
Imane Khelif, da Argélia, e Lin Yu-ting, de Taiwan, tiveram sua identidade de gênero questionada após acusações, feitas nas redes sociais, de que elas eram mulheres trans. No Mundial de Boxe de 2023, na Índia, Imane Khelif e Lin Yu-ting foram desclassificadas pela Associação Internacional de Boxe (IBA) após a realização de testes de DNA. O presidente da entidade, Igor Kremlev, disse que "elas tinham cromossomos XY (que determina o sexo masculino)".
"Temos duas boxeadoras que nasceram mulheres, que foram criadas como mulheres, que têm passaporte de mulher e competiram durante muitos anos como mulheres", afirmou Bach. "Alguns querem ter uma definição de quem é mulher."
Intersexo são pessoas que nasceram com características que não se enquadram nas normas médicas para corpos do sexo feminino ou masculino (cromossomos, órgãos genitais, hormônios). Transgênero são aqueles que não se identificam com o gênero designado ao nascer, baseado no sexo biológico (masculino ou feminino).
O COI já havia se manifestado sobre a legitimidade da participação das atletas na Olimpíada francesa e questionou a decisão da IBA e o teste aplicado nas boxeadoras. Em documento oficial, o órgão explicou que as regras aplicadas para os Jogos de Paris foram as mesmas utilizadas nas competições anteriores e nas classificatórias para a Olimpíada, o que ratifica a participação da dupla na competição.
Imane Khelif e Lin Yu-ting não conquistaram medalha no torneio olímpico de boxe nos Jogos de Paris.
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