Almir Júnior: 'Quero fazer o quanto precisar para ir ao pódio'

Paris - O Brasil tem uma história muito vitoriosa no salto triplo masculino, mas não ia a uma final olímpica desde Pequim-2008. Quem quebrou essa escrita foi Almir Júnior, que se garantiu na decisão de Paris-2024 ao saltar 17,06m na eliminatória, realizada nesta quarta-feira (07). Agora, ele quer colocar o país de volta ao caminho das medalhas para quebrar um jejum de 44 anos.

"O que eu quero fazer é o quanto precisar para ir para o pódio. Uma final olímpica nunca é resultado, é medalha. Meu objetivo inicial é a medalha. Se eu puder saltar 18m, se eu saltar 17m ou se eu saltar 16,90m e for para o pódio, eu estou feliz" projetou Almir, que já registrou 17,31m neste ano e fez 17,53m na carreira, em 2018, ano em que foi vice-campeão mundial indoor.

Almir ficou em quinto lugar na eliminatória em Paris com 17,06m, apenas quatro centímetros a menos do que a marca de qualificação direta. O português Pedro Pichardo (17,44m), o espanhol Jordan Diaz Fortun (17,24m), o estadunidense Salif Mane (17,16m) e o burquinense Hughes Fabrice Zango (17,16m) foram os que terminaram a frente do brasileiro na classificação.

"Venho numa temporada relativamente constante, saltei já algumas vezes as 17 metros e sei
que eu estou pronto para tentar fazer o meu melhor aqui dentro. Na classificatória saiu legal, então espero que na final eu possa sair melhor ainda. Mas primeiro vamos buscar um SB (melhor da temporada), que é acima de 17,31m. Isso já me coloca numa briga legal, já me coloca entre os melhores e poder fazer o meu PB (recorde pessoal). Além disso, o que vier é lucro", falou Almir.

Rica história

Aos 30 anos de idade, Almir Júnior participa de sua segunda edição olímpica. Em Tóquio-2020, mas acabou eliminado ainda nas eliminatórias. Com sua ida à final em Paris-2024, tornou-se o primeiro brasileiro desde Jadel Gregório (Pequim-2008) a ir a uma decisão olímpico do salto triplo. Além disso, caso conquiste uma medalha, poderá ir ao pódio pela primeira vez desde o bronze de João de Pulo em Moscou-1980.

"A história do salto triplo é riquíssima, linda e inspiradora. Começando lá com a Adhemar Ferreira da Silva, que praticamente criou a Olimpíada, nosso bicampeão olímpico. Acho que não tem uma 'responsa', mas tem um respeito. Todo mundo sempre soube da escola de salto triplo do Brasil e, quando a gente tem pessoas que abrem portas, parece que as coisas ficam mais fáceis. A gente não acha que tudo é tão impossível. Então eu espero seguir essa tradição e usar toda essa energia positiva dessa galera e poder escrever o meu nome nessa próxima final", comentou.

A final do salto triplo masculino acontecerá na sexta-feira (09), às 15h10 (horário de Brasília). Os principais adversários de Almir Júnior na briga por um pódio deverão ser Pedro Pichardo e Joan Alejandro Diaz Fortun, cubanos naturalizados, e Hughes Fabrice Zango. Somente 12 atletas disputarão a final, o que pode ser uma chance da sétima medalha brasileira na prova.

"A gente tem meia final de cubano e o resto do mundo. O salto triplo está numa crescente muito grande, os caras estão saltando muito. Só que tem uma coisa. É a Olimpíada. Se fosse só pela marca a gente não precisava ter uma final. Quando chega lá dentro todo mundo sente a pressão, todo mundo quer guerra, todo mundo vai pra cima. Se eu for falar só de marca, eu estou lá atrás. Só que eu também não tenho essa pressão. Quem tá lá em cima, que segure. Eu vou pra cima", analisou.

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