Caio e Alison salvam atletismo em edição olímpica de poucas finais

PARIS - A medalha de prata histórica de Caio Bonfim na marcha atlética foi o grande feito do atletismo brasileiro nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Junto com ele, Alison dos Santos repetiu o bronze de Tóquio-2020 nos 400 metros com barreiras. Foram os dois pódios do país em uma edição de poucas finais, mas que teve como destaques também os recordes de Luiz Maurício da Silva no lançamento de dardo e Valdileia Martins no salto em altura. Além deles, Almir Júnior também disputou a final do salto triplo.

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Vale lembrar que o Brasil perdeu dois nomes importantes, que poderiam ter bons resultados em Paris-2024 às vésperas dos Jogos Olímpicos. Darlan Romani, do arremesso de peso, foi cortado dias antes dos Jogos por conta de uma hérnia de disco e Daniel Nascimento, da maratona, foi pego no exame antidoping e deve ser suspenso por quatro anos.

Em toda a história, o Brasil nunca foi um grande colecionador de medalhas no atletismo por edição olímpica. Quando alcançou seus primeiros pódios, em Helsinque-1952, o país levou logo dois: ouro de Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo e bronze de José Telles no salto em altura. Depois disso, só superou essa marca em Pequim-2008, quando ganhou três, recorde até hoje. Duas medalhas aconteceram depois só em Seul-1988, Tóquio-2020 e Paris-2024.

Desempenho não foi ruim, mas....

Em resumo, o normal em Jogos Olímpicos é o Brasil levar uma medalha no atletismo como aconteceu em dez das últimas 20 edições. Vendo por esse histórico, não dá para dizer que a participação em Paris-2024 foi ruim. Mas o fato é que o número de finais vem caindo desde a última vez que o país ficou sem medalha nenhuma.

Londres-2012 foi uma das piores participações do Brasil no atletismo em Jogos Olímpicos. O melhor resultado foi o quinto lugar de Marílson Gomes na maratona, acompanhado por Paulo Roberto de Paula, que terminou em oitavo. Além deles, foram três finais, todas terminadas com sétimos lugares para Mauro Vinícios da Silva no salto em distância, Geisa Arcanjo no arremesso de peso e no revezamento 4 x 100 m feminino.

Na Rio-2016, apesar de ter ganhou apenas uma medalha, o ouro de Thiago Braz no salto com vara, o Brasil fez nove finais na pista e conquistou uma dezena de Top-10 com destaque para o quarto lugar de Caio Bonfim na marcha atlética, o quinto de Darlan Romani no arremesso de peso e o sexto do revezamento 4 x 100 m masculino.

Queda de 70% nos Top-10

Em 2021, nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, o número de finais despencou. Dois bronzes foram conquistados por Alison dos Santos nos 400 m com barreiras e Thiago Braz no salto com vara. Fora isso, Darlan Romani foi quarto no arremesso de peso e Izabela Rodrigues foi 11ª no lançamento de disco. Ou seja, foram apenas três Top-10, uma queda de 70% em relação aos Jogos do Rio.

Em Paris-2024, o Brasil repetiu o mesmo número de Top-10 de Tóquio e precisa agradecer muito a Caio Bonfim por isso. Além da prata na marcha 20 km, ele foi sétimo colocado ao lado de Viviane Lyra no revezamento misto da maratona marcha atlética. Já Alison dos Santos manteve o resultado obtido no Japão nos 400 m com barreiras.

Recordes e decepção

Nas outras três finais disputadas pelo Brasil, foram três 11º lugares para Almir Júnior no salto triplo, Luiz Maurício da Silva no lançamento de dardo e Valdileia Martins no salto em altura. Os dois últimos fizeram as melhores marcas da vida com a quebra, respectivamente, dos recordes sul-americano e brasileiro.

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A grande decepção ficou por conta dos velocistas. Pela primeira vez na história, o Brasil chegou a Paris com dois atletas correndo abaixo dos dez segundos, mas ninguém conseguiu melhorar o resultado. Para piorar, o desempenho do revezamento 4 x 100 m foi pífio. O investimento feito na preparação não surtiu efeito e os brasileiros ficaram em penúltimo, mais rápidos apenas do que a Libéria.

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