Edênia Garcia: "Foi a convocação mais difícil de todas"

Se para muitos é algo fora de série conseguir participar de uma Olimpíada, Edênia Garcia faz parecer fácil. A cearense está a caminho da sua sexta participação nos Jogos Paralímpicos. Com 37 anos, Edênia disse como foi complicado garantir sua vaga para Paris, além de comentar sobre outras dificuldades fora das piscinas.

Desde Atenas-2004 Edênia é figurinha carimbada nos Jogos. A nadadora, inclusive, não tem história apenas pela sua longevidade, mas também pelas suas conquistas, pois conseguiu duas medalhas de prata, na Grécia e na Inglaterra, e uma de bronze, na China. A nordestina nasceu com doença de Charcot-Marie-Tooth, também conhecida como atrofia fibular muscular, que afetou os movimentos dos seus membros inferiores, sendo a assim, a mesma compete na categoria S3 (comprometimento físico-motor).

IDA PARA PARIS

"Foi uma convocação muito esperada, mas talvez a mais difícil de todas. Porque foi preciso alcançar um índice técnico para estar nos Jogos no mês de maio e eu estava nadando muito próxima a ele nesse período de obtenção de marcas, o que era arriscado. Além disso, a pandemia de coronavírus me fez desenvolver uma fobia social que afetou parte do ciclo de Paris. Tive de enfrentar meus maiores fantasmas. Em algumas competições muito fortes, eu sentia meu coração acelerar e ficava com muito medo. Precisei dar alguns passos para trás, tratar com ajuda da psicologia para me entender melhor. Passei a dar muito mais importância a conseguir unir o corpo e a mente e minhas marcas já estão melhores novamente", contou a nadadora.

+ Siga nosso canal no WhatsApp

Edênia Garcia afirmou que conseguiu continuar nas piscinas pois sabia que poderia render mais e inclusive espera medalha nos 50m costas. "Eu sabia que eu poderia estar em Paris. Não encaro como um desafio. Penso que a natação é algo natural para mim e também é um tratamento para minha condição física. Acredito que eu possa brigar por uma medalha de prata, porque minhas adversárias têm tempos que eu já fiz. Mas o principal é nadar bem", afirmou a medalhista.

FUTURO

Mesmo com uma bagagem extensa, Edênia afirmou não ter planos de quando vai parar de competir, deixando no ar até uma ida para Los Angeles em 2028. "Se eu seguir bem, vou continuar. Vou sentir meu corpo e, se eu estiver feliz na piscina, posso ir aos Jogos novamente. É preciso estar feliz, ou não se nada rápido. Quando a felicidade acabar, será a hora de parar."

Deixe seu comentário

Só para assinantes