A maturidade de uma jovem vencedora para superar frustração
29/08/2024 17h51
Para a maioria dos atletas presentes nos Jogos Paralímpicos, a participação representa o ápice da carreira. Até porque se colocar entre a elite é uma tarefa difícil, assim como conquistar medalhas exige o melhor dos melhores do mundo. Alcançar tamanha façanha tão jovem, como o caso de Maria Eduarda Stumpf, liga um farol de alerta para o início de algo grandioso.
+SIGA O CANAL DO OTD NO WHATSAPP Competindo na categoria até 52kg da classe K44, a gaúcha de apenas 19 anos de idade abriu a participação brasileira no taekwondo dos Jogos Paralímpicos de Paris-2024. Maria Eduarda se destacou ao longo do ciclo, principalmente no ano passado. Nesse período, conquistou o título dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, além de medalhas em etapas do circuito mundial. Como resultados desses pódios, Maria Eduarda não só classificou, mas também surgiu como uma possibilidade de pódio em Paris-2024 ao entrar como cabeça de chave 3 do torneio e estrear nas quartas. Entretanto, o esporte também pode ser uma roleta russa e duas derrotas a fizeram sair do torneio sem medalha. Após perder a semifinal da repescagem para a turca Meryem Cavdar, medalhista de prata em Tóquio-2020, Maria Eduarda Stumpf não escondeu sua frustração. Apesar de emocionada, entendeu o tamanho de seu feito e mostrou maturidade. "Só de ter classificado já é um passo muito grande na minha carreira com apenas 19 anos. A gente sempre busca um resultado bom, né? Mas aqui os Jogos Paralímpicos é onde os melhores estão e, por estar aqui já, tem um grande significado para mim", disse. "Estar nos Jogos, estar representando o meu país, poder levar a bandeira do Brasil mais uma vez para um campeonato grande, e buscar mais experiência. Poder estar evoluindo sempre, que é muito importante, e que sempre tenha um amanhã. Esse campeonato, para mim, hoje se encerra, mas outros virão", destacou. As ambições de Maria Eduarda vão muito além de medalhas nos Jogos Paralímpicos. A jovem que ser fonte de inspiração para as pessoas a aderirem ao paradesporto. Durante o trabalho de parto, ela sofreu uma lesão no conjunto de nervos que faz comunicação entre braços e cérebro. As sequelas causaram limitações em seus movimentos. Tais limitações não foram um empecilho para que praticasse uma série de atividades físicas. Ela fez natação, balé, dança e teatro, mas se descobriu no taekwondo em 2016. Com menos de nove anos como atleta da modalidade, se classificou para os Jogos Paralímpicos. "Poder estar num evento tão grande e estar sendo acolhida por todo mundo, pela equipe do Brasil, de todo o pessoal que tá torcendo pela gente. Cada vez mais está conquistando o nosso espaço na sociedade, nas mídias, ter mais visualização, mais visibilidade para o parado de paradesporto, que é muito importante, poder inspirar outras pessoas. É isso que significa o esporte", ressaltou Maria Eduarda. Relacionadas
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