Fora! Wimbledon substituirá juízes de linha por sistema eletrônico
Por Martyn Herman
LONDRES (Reuters) - Wimbledon romperá com a tradição e substituirá os juízes de linha por um sistema eletrônico de marcação a partir do torneio do próximo ano, informou o All England Club nesta quarta-feira.
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A visão de juízes de linha imaculadamente vestidos, em pé ou agachados nas laterais e nos fundos das quadras de grama, tem sido uma característica do Grand Slam londrino há 147 anos.
As marcações eletrônicas foram usadas pela primeira vez como um experimento no ATP Next Gen Finals em Milão em 2017, e passaram a ser adotadas mais amplamente durante a pandemia da Covid-19. Elas serão usadas em todas as quadras dos eventos do circuito masculino profissional organizados pela ATP a partir de 2025.
O Aberto da Austrália e o Aberto dos EUA já substituíram os juízes de linha pelo sistema eletrônica, mas o Aberto da França ainda depende do olho humano.
Wimbledon disse que o sistema Hawk Eye Live Electronic Line Calling (Live ELC) também será usado no torneio classificatório.
"Depois de analisar os resultados dos testes realizados na competição deste ano, consideramos que a tecnologia é suficientemente robusta e que é o momento certo para dar esse passo importante na busca pela máxima precisão em nossa arbitragem", disse Sally Bolton, diretora executiva do All England Club, em um comunicado.
"Para os jogadores, isso lhes oferecerá as mesmas condições em que jogaram em vários outros eventos do circuito."
Embora seja popular entre os jogadores, a decisão entristecerá os tradicionalistas e provavelmente significará o fim das discussões sobre as chamadas de linha que fazem parte do folclore de Wimbledon, em grande parte por causa do ex-campeão John McEnroe, que ficou famoso por discutir com os árbitros.
Isso também significará o fim dos desafios, nos quais os jogadores podem pedir uma revisão em vídeo de uma decisão da arbitragem -- um recurso popular entre os torcedores.
Os árbitros de cadeira serão mantidos.
"Levamos muito a sério nossa responsabilidade de equilibrar tradição e inovação em Wimbledon", acrescentou Bolton. "Os árbitros de linha têm desempenhado um papel central em nossa arbitragem nos torneios há muitas décadas e reconhecemos sua valiosa contribuição e agradecemos a eles por seu compromisso e serviço."
O sistema eletrônico, que reage dentro de um décimo de segundo após a bola cair, é considerado mais preciso do que os juízes de linha, que muitas vezes são vistos se abrigando para evitar serem atingidos por um saque de 160 km/h, por exemplo.
Uma simples chamada gerada por computador de "fora" ou "falta" será agora a palavra final nas bolas na linha.