Michelle Lenhardt fala de beijo em Fratus: muita coisa que só a gente viveu
Bruno Fratus conquistou a medalha de bronze nos 50m livre dos Jogos Olímpicos de Tóquio e disse que era uma injustiça subir sozinho ao pódio, em referência a toda ajuda que teve da esposa Michelle Lenhardt, que no ciclo desde o Rio-2016 se dividiu entre esposa e treinadora do nadador e celebrou no final com um beijo, que ela contou que nem sabia que não era permitido ali no local da comemoração pelo resultado.
Em entrevista a Domitila Becker no programa UOL News Olimpíadas, Michelle Lenhardt, que foi nadadora e disputou os Jogos Olímpicos de Pequim-2008, se emociona ao contar a dificuldade que eles tiveram no ciclo olímpico e tudo o que significou o beijo de comemoração à beira da piscina no Centro Aquático.
"Foi inesperado, porque eu só queria dar um beijo no meu marido naquele momento e falaram que eu quebrei protocolos, de entrar na piscina, eu falei 'gente, desculpa'. Eu não pensei naquele momento e foi um trabalho, uma via de duas mãos ali, um trabalho meu e um trabalho do Bruno, então hoje a gente está aqui concretizando tudo o que a gente começou 5 anos atrás, essa jornada de treinador e atleta, marido e esposa, para chegar até aqui nessa medalha", diz Lenhardt.
Ela conta que o período depois dos Jogos Rio-2016 foi complicado, com a perda de patrocínio, o desânimo e a depressão colocando em cheque o futuro de Fratus nas piscinas e como eles decidiram criar uma nova parceria, não apenas sentimental, mas também profissional.
"A gente sentou no chão da sala, no tapete, eu nunca esqueço, olhou um para o outro: 'e agora?'. E aí começaram a vir notícias não tão boas, quebra de contrato, perda de patrocínio, perda de clube, então foi um processo até a gente entender o que a gente ia fazer. Eu estou quase chorando, lembrando da história, porque é algo que a gente carrega com a gente, nunca dividiu isso com ninguém. Ver a glória, ver a conquista é legal, é bacana, mas tem muita coisa por trás disso que só a gente viveu e só a gente consegue sentir. Então aquele beijo hoje foi: missão cumprida, a gente conseguiu", afirma.
"É difícil, porque quando a gente está imerso em depressão, a gente não pensa, a gente não raciocina, a gente só sente. A gente sente dor, a gente sente angústia, não sabe do futuro, isso demorou alguns dias, não sei te dizer quantos dias, mas foi um tempinho assim até a gente olhar um para o outro e falar 'tá, mas não acabou'. E aí veio a notícia que o Brett não poderia mais dar treino para ele, mas que o Brett poderia sim continuar escrevendo o programa e aí veio a chance de 'ok, eu te ajudo, vamos embora', e eu nunca quis ser treinadora de natação", completa.
Michelle Lenhardt agradece hoje pelas mensagens que ela e Fratus receberam, tanto as positivas, quanto também as negativas, oferecendo a medalha aos haters.
"A gente recebeu muito carinho, muita mensagem positiva. Aos haters também muito obrigada, vocês precisam de alguém para odiar, a gente sabe disso, mas a gente conquistou essa medalha para vocês também", conclui.
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