Rebeca Andrade: Muitas pessoas falaram que eu não chegaria em lugar nenhum
Rebeca Andrade teve participação histórica na ginástica artística dos Jogos Olímpicos de Tóquio, com a medalha de ouro no salto e a prata no individual geral, mas conta que no caminho até a chegada à realização como ginasta precisou lidar com comentários negativos de quem hoje precisa aturar o sucesso da guarulhense de apenas 22 anos.
Em entrevista exclusiva a Domitila Becker, no programa UOL News Olimpíadas, Rebeca conta que sua mãe precisou ouvir durante um tempo que ela não chegaria a lugar algum.
"Tiveram muitas pessoas que falaram que eu não chegaria em lugar nenhum, que os meus irmãos seriam perdidos na vida, que minha mãe só teria desgosto, é totalmente o contrário, os meus irmãos são as melhores pessoas que eu conheço no mundo, minha mãe criou pessoas incríveis, respeitosas, educadas, inteligentes, que respeitam tudo e todo mundo, a gente tem o maior orgulho da nossa mãe, ela é nossa maior referência de tudo na vida e é isso", afirma Rebeca.
"Para as pessoas que torceram por mim, muito obrigado, de coração, e para as que não torceram, elas estão sendo obrigadas a me ver aqui com duas medalhas no peito e com o maior orgulho, com o país inteiro e com o mundo torcendo muito por mim", completa.
Atletas não são robôs, a gente tem sentimento
A brasileira também comentou o caso de Simone Biles, que desistiu de finais alegando a desconexão entre corpo e mente, e elogia a postura da americana. Rebeca afirma que a pressão para uma ginasta dos Estados Unidos é muito grande por medalhas e reforça que é necessário o entendimento de que o esporte não deveria ser assim.
"A expectativa sempre esteve presente nas pessoas, até mesmo em mim, só que ela nunca chegou a ser uma pressão, porque eu não era obrigada a levar duas medalhas para o Brasil, eu não era obrigada a subir no pódio, eu me sentia na obrigação de fazer o que eu trabalhei, tudo o que eu fiz para estar aqui. Eu queria fazer boas apresentações, com bons resultados e o resultado veio, eu estou aqui com duas medalhas, então eu não levo como uma pressão para mim", diz Rebeca.
"Acredito que para a Simone tenha sido muito diferente porque Estados Unidos é um país referência dentro da ginástica e ela é extraordinária, todo mundo sabe de tudo o que ela é capaz. Eu sempre admirei demais o psicológico dela, porque deve ser muito difícil você se sentir na obrigação de ter que levar uma medalha para o seu país. Você não está na competição para se divertir, para aproveitar o momento, você está lá porque você tem que levar uma medalha e o esporte não tem que ser assim, as pessoas precisam entender, os atletas não são robôs, a gente tem sentimento, passa por momentos difíceis tanto dentro quanto fora do esporte", conclui.
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