Ana Marcela celebra ouro em Tóquio, mas já mira título mundial que ainda falta
Do UOL, em São Paulo
04/08/2021 11h28
Ana Marcela Cunha conquistou a medalha de ouro na maratona aquática nos Jogos Olímpicos de Tóquio, superando a decepção com as tentativas anteriores, e ela agora segue em busca do título mundial na prova de 10 km, enquanto tenta entender a dimensão de sua conquista, que foi a primeira de uma mulher brasileira na natação.
Em entrevista a Domitila Becker para o UOL News Olimpíadas, a nadadora brasileira e agora campeã olímpica fala sobre o peso da conquista, além da motivação que segue para atingir novos objetivos, ainda que sem ter parado ainda para comemorar o feito no Japão.
"Ainda falta, ainda tem uma ambição ainda. Acho que a medalha olímpica é a maior de todas, ser campeã olímpica ainda está caindo a ficha, só de ser medalhista seria bizarro, campeã olímpica eu vou ter que demorar um tempo ainda para cair essa ficha do quão grande é, do que minha vida vai se transformar agora", diz Ana Marcela.
"Mas ainda quero ser campeã mundial, eu nunca fui campeã mundial na prova dos 10 km, que e a distância olímpica, ainda falta esse detalhe. Campeã dos 5, dos 25, mas ainda falta essa medalhinha", completa.
Durante todo o período no qual está fora do Brasil, desde a preparação para os Jogos Olímpicos, Ana Marcela teve a companhia de bilhetes escritos pela namorada Kaká Fontoura e conta que guardou um para que elas possam abrir juntas já que sua volta será antes do que previa.
"Eu saí do Brasil tem 58 dias, o de hoje ainda não foi revelado, mas eu já abri, mas ela fez um bilhete para os 63 dias que eu iria passar fora, então é um bilhete por dia e como aqui a gente terminou adiantando um dia porque quando você acaba de competir, tem que ir embora 48 horas depois. Teoricamente, eu iria embora dia 7, vou no dia 6, e vou chegar no Brasil um dia antes, então o último bilhete a gente vai abrir juntas. Vamos ver como é que vai ser, mas está sendo algo muito legal", conta a nadadora.
Ela também fala sobre sua tranquilidade hoje em relação às questões pessoais, o seu namoro com Kaká e diz que pessoas públicas como ela podem ajudar para que outros LGBTQIA+ tenham mais confiança para viverem como são, na luta diária contra o preconceito.
"Quem me conhece aí nas redes sociais, eu sou uma pessoa bem reservada e bem tranquila, não sou muito de me envolver em polêmica, eu gosto de mostrar o meu lado, de ser quem eu sou, sem medo de ser quem eu sou hoje. Lógico, no começo é sempre mais difícil, mas a gente como pessoas públicas, a gente precisa passar essa confiança para as pessoas que têm um pouco de medo. Eu hoje sou uma representante, mas sou uma pessoa bem tranquila, bem na minha, mas sempre que eu posso ajudar ou fazer alguma coisa, eu termino sendo assim", conclui.