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Após queda de avião, brasileiro se diz "vivo" e exalta treinamento de segurança

Avião do piloto brasileiro Adilson Kindlemann caiu na água em acidente durante treino - Divulgação/Site oficial
Avião do piloto brasileiro Adilson Kindlemann caiu na água em acidente durante treino Imagem: Divulgação/Site oficial

Do UOL Esporte

Em São Paulo

15/04/2010 13h51

O primeiro acidente da história da Red Bull Air Race, envolvendo o brasileiro Adilson Kindlemann, assustou, mas não teve graves consequências. O piloto, que treinava para a etapa de Perth (AUS) da “F-1 Aérea”, deixou a água sem ferimentos e já em recuperação no hospital disse que se sente “vivo”.

“Eu me sinto bem. Me sinto vivo, é muito bom”, comemorou ele, sorridente e já visualizando com bom humor seu retorno. “Claro que quero voltar logo a voar. E desta vez espero ficar no ar, e não na água.”

O avião MXS-R, que chega a voar acima dos 400 km/h, saia de uma curva quando Adilson não conseguiu subir. A traseira bateu na água, virando a aeronave e não dando chances para que a colisão pudesse ser impedida.

Por sorte, o resgate foi rápido. Dois jet skis se aproximaram em instantes do avião, que boiava. Um barco de apoio com mergulhadores também foi enviado, retirando o piloto brasileiro em segurança.

Mas não foi só isso. Adilson salientou que um treino específico para este tipo de situação foi feito há poucos dias, o que contribuiu para que ele fosse salvo sem maiores problemas.

“Há alguns dias fizemos treinos na água e isso me ajudou muito”, lembrou ele, que ficará internado durante a noite, por precaução.

Em seu site oficial, o brasileiro afirmou que espera já estar fora do hospital nesta sexta-feira, para ao menos assistir aos treinos da competição.

VEJA COMO FOI O ACIDENTE

  • Cameron Spencer/AFP

    Adilson Kindlemann perdeu altura e tocou com a parte traseira do avião na água. Com o desequlíbrio, a aeronave virou a caiu no rio, na cidade de Perth

A etapa de Perth é a segunda da temporada da Red Bull Air Race. Estreante na competição, Adilson foi apenas 14º na abertura, realizada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Preocupação com o clima

Antes de se acidentar, o brasileiro mostrou preocupação com o clima na Austrália, devido ao mau tempo e o vento forte. No momento da queda, no entanto, os ventos não estavam em condições consideradas extremas.

"Foi muito importante voar com esse clima mudando tanto”, disse em seu site, após um treino. “Foram voos diferentes um do outro, já que o segundo foi um pouquinho antes do tempo virar, e ventava bastante. Esse tipo de treino é essencial para que a gente enfrente diferentes situações de voo e esteja preparado no dia da corrida”.

Em entrevista ao The Australian, Brenden Scott, engenheiro de aviação, explicou o acidente. “O vento o pegou. Kindlemann tentou colocar potência, mas era tarde. Ele ficou muito baixo e quando a traseira bateu na água, o bico também bateu e virou a aeronave”, analisou.