Teens baixinhos ensaiam fazer da Mega Rampa a 'ginástica dos radicais'
Descer a Mega Rampa dos X Games de Foz do Iguaçu, com seus 25 metros de altura, pode sugerir uma missão talhada exclusivamente para a coragem de homens maduros. No entanto, a modalidade que está entre as mais novas do universo dos radicais começa a ganhar a cara de adolescentes baixinhos, vitoriosos mesmo em idades precoces. Assim, sugerem o Big Air como uma espécie de ginástica olímpica dos esportes X.
Na noite da última quinta-feira, os adolescentes da modalidade acabaram a disputa dos X-Games atrás dos veteranos. Mas mesmo assim, o campeão Bob Burnquist, de 36 anos, deixou no ar a mensagem do que parece ser uma nova realidade deste esporte: "a molecada está vindo aí, se a gente não andar bem acaba ficando de fora".
Na ginástica olímpica, o mundo se acostumou a assistir um cenário em que os atletas adolescentes dominam as disputas de alto rendimento. Passou a ser encarado como exceção um vencedor acima dos 20 anos. No entanto, o pódio da Mega Rampa no Brasil aponta ainda para uma atualidade de polarização, com os veteranos também em alta.
Além de Burnquist, o pódio contou com o australiano Jake Brown, de 38 anos, com o bronze. O badalado norte-americano Tom Schaar, de 13, acabou apenas em quarto e não conseguiu a sua medalha no Brasil.
Schaar é considerado o melhor da geração de meninos na Mega Rampa, que tem ainda o compatriota Mitchie Brusco como destaque. O garoto de 13 anos é o mais jovem atleta a ganhar uma medalha de ouro em edições dos X-Games. Também o mais novo a executar a manobra do 900 graus (dois giros e meio no ar) e o primeiro da história, em qualquer idade, a emplacar um 1080 graus (três giros completos).
A série dos precoces não para por aí. Jagger Eaton não veio ao Brasil, mas detém a façanha de ser o mais jovem competidor da história da Mega Rampa, com apenas 11 anos da idade.
"O skate vive neste momento gerações diferentes. Tem o Schaar, que é um fenômeno de anos 13 anos, o Mitchie, de 16, que já está velho agora. E o Jagger, acho que tem 11 só. É gratificante. Quando eu comecei não existia a Mega Rampa. Essa molecada já começa a andar com isso em mente", declarou Burnquist.
"Essa molecada já nasceu com as rampas prontas. Lá nos Estados Unidos tem milhões de jeitos de você treinar, lá tem rampas com espuma, eles treinam bastante em cama elástica. Já nasceram com as rampas prontas, diferente do Bob e do Danny Way, que construíram as primeiras rampas, viram se poderia dar certo", endossou Rony Gomes, outro brasileiro da modalidade, em faixa intermediária, com 21 anos.
Há quem acredite que o tipo de corpo dos atletas desta idade favorece o desempenho na rampa. Mas, dentro da modalidade, ainda não existe um consenso que explique o sucesso precoce dos adolescentes radicais.
"Acho que, mais leves, eles se machucam menos. Não tem o perigo de você tomar uma pancada mais forte, como tem uma pessoa mais pesada. Mas ao mesmo tempo eles também não voam tanto no último quarto, e isso conta bastante na rampa. Mas eles têm manobras muito técnicas", diz Rony Gomes, 6º na Mega Rampa em Foz.
Mesmo fora do pódio em Foz do Iguaçu, os adolescentes Schaar e Brusco estiveram entre os mais assediados pelo público brasileiro. O mais novo deles, inclusive, encarou uma extensa sessão de pedido de fotos na tarde de quinta-feira, durante os treinos da Mega Rampa.
*o jornalista viaja a convite da organização dos X-Games Brasil
X-GAMES VIU DUELO DE GERAÇÕES NA ÚLTIMA QUINTA-FEIRA
OS JOVENS Tom Schaar (EUA) – 13 anos – 4º lugar Mitchie Brusco (EUA) – 16 anos – 8º lugar |
PELOTÃO INTERMEDIÁRIO Nolan Munroe (AUS) – 20 anos – 7º lugar Rony Gomes (BRA) – 21 anos – 6º lugar Elliot Sloan (EUA) – 24 anos – 2º lugar |
VELHA GUARDA Jake Brown (AUS) – 38 anos – 3º lugar Bob Burnquist (BRA) – 36 anos – 1º lugar Edgard Pereira (BRA) – 30 anos – 5º lugar |
Tom Schaar posa para foto ao lado de fã brasileiro em Foz do Iguaçu. Menino norte-americano de 13 anos foi atração para garotos da mesma faixa etária - crédito: Bruno Freitas/UOL |
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