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Rafting empresarial tira conflitos do escritório e aposta em dinâmicas na água

As emoções do rafting agora inspiram alternativas dinâmicas de aprimoramento da vida corporativa - Reprodução/BuzzFeed
As emoções do rafting agora inspiram alternativas dinâmicas de aprimoramento da vida corporativa Imagem: Reprodução/BuzzFeed

Bruno Freitas

Do UOL, em São Paulo

27/07/2013 06h00

Imagine transportar um conflito corporativo típico para além das paredes de um escritório, mais especificamente para a tensão das corredeiras de um rio. Isso é o que prega o treinamento conhecido como rafting empresarial, que usa as situações extremas do esporte radical para lidar com questões de liderança, metas e relacionamento.

O treinamento de canoagem em descidas de rios já vem sendo usado como ferramenta empresarial há alguns anos no Brasil. Os desenvolvedores trabalham conceitos como ausência de hierarquia e entendimento claro de diretrizes.  

Em uma das dinâmicas, por exemplo, todos os remadores têm os olhos vendados e precisam confiar na orientação do líder do bote. Outra delas estimula o inverso, com o chefe sem visão, precisando confiar nas informações dos comandados, em trabalho de descentralização.

"Já venho fazendo esses treinamentos há oito anos, com parceiros que sempre nos contratam. Temos um feedback muito positivo. Dentro de um rio, em uma cachoeira de 6 metros, não existe manual. As máscaras caem. Aí vemos quem está comprometido com a equipe, trabalhamos a boa comunicação A gente sai da teoria. Fazemos as pessoas perceberem isso e remar junto com aquela outra pessoa", diz Wagner Dias, especialista em técnicas de motivação e trabalho em equipe.

"O treinamento empresarial com rafting permite vivenciar as diferentes competências para uma atuação em equipe explorando aspectos dos modelos de liderança como ousadia e coragem, agilidade e determinação, objetividade e sincronia, confiança e cooperação, agilidade e coordenação", afirma Roberto de Campos, diretor da Rafting Brasil.

Em uma das situações extremas incitadas pelos treinadores, um dos membros é jogado na água. Tudo para checar a reação do grupo e, principalmente, do líder do bote, responsável por esse integrante. Normalmente todas essas sensações são debatidas posteriormente em "dinâmicas secas", na volta ao hotel, para analogias com a vida em escritório.

Quem contrata o serviço diz colher resultados rápidos e eficientes. Daniel Castro é proprietário de uma agência de turismo em São Paulo, especializada em vendas diretas e personalizadas. O empresário levou sua equipe de vendas mais de uma vez para as corredeiras de Brotas, famoso centro de esportes radicais no interior do estado.

"O treinamento gerou frutos para mim, imediatos. Fiz o pessoal ter mais consciência da importância das metas, do trabalho em equipe. Tive um aumento de produtividade significativo logo após o treinamento", relata o empresário.

"Tinha dois principais líderes da equipe de vendas que não se bicavam. Um queria ser melhor do que o outro. Eles voltaram do treinamento, não diria que como amigos. Mas [o treino] fez com que eles trabalhassem juntos, viram que renderiam melhor para todos. Isso refletiu na equipe de imediato", acrescenta Castro.