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Brasileiro é vice no BMX em Berlim, enquanto SP e PR pedem pista oficial

Brasileiro Renato Rezende (e) comemora vice no Red Bull R.Evolution em Berlim - Daniel Grund/Red Bull/Divulgação
Brasileiro Renato Rezende (e) comemora vice no Red Bull R.Evolution em Berlim Imagem: Daniel Grund/Red Bull/Divulgação

Paulo Anshowinhas

Do UOL, em São Paulo

19/08/2013 06h00

O piloto brasileiro de BMX Renato Rezende se destacou no último sábado em Berlim, na Alemanha, com a surpreendente conquista do vice-campeonato do Red Bull R.Evolution. Enquanto isso, no Brasil, os dirigentes de dois estados correm para ver quem consegue implantar uma pista olímpica antes do outro.

Na Europa, 32 dos melhores pilotos do planeta se encontraram para uma corrida na mais radical pista já criada na categoria, que pode proporcionar velocidade de até 70 km/h. Após participar dos Jogos Olímpicos de Londres no ano passado, Renato Rezende foi o primeiro brasileiro a disputar a competição, e não fez feio.

O carioca deixou para trás grandes nomes das duas rodas, como o holandês Twan Van Gennt, campeão dessa competição no ano passado, e a lenda do esporte Mike Day. Renato só ficou atrás do atual campeão mundial, o norte-americano Connor Fields.

Aqui no Brasil, a corrida é contra o tempo. Dirigentes de duas entidades que já foram concorrentes no passado disputam quem vai largar na frente na implantação de uma pista de alta performance.

Em Londrina, o local escolhido foi o Complexo Esportivo do Autódromo Internacional Ayrton Senna, segundo informações do Diretor do Departamento de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Ciclismo, Francisco Florêncio.

Já em São Paulo, o lendário Clube Paulista de Bicicross (CPBX) também não perdeu tempo e deu a volta por cima depois de uma parada de cerca de 10 anos, retornando suas atividades com planos para transformar a capital paulista no maior centro do BMX nacional, como já havia sido na década de 80, com grandes competições e ampla divulgação.

Seu atual presidente, Fabio Saito, reuniu os Dinossauros do BMX, com cerca de 300 pilotos experientes, e em seu primeiro mandato tem projetos ambiciosos, como a implantação de uma pista olímpica, um calendário anual e a realização de um mundial em 2015, para se preparar para a Olimpíada de 2016.

Em maio deste ano, a convite do vereador e judoca olímpico Aurelio Miguel, Fabio se reuniu com o novo Secretario Municipal de Esportes, Celso Jatene, e pleiteou um espaço definitivo para a modalidade. Recebeu a promessa de conseguir um espaço no Parque do Trabalhador (antigo CERET, no Tatuapé) ou até mesmo no Centro Olímpico, no Ibirapuera. Mas falta entregar o projeto.


O piloto Antonio Tom Soares, de 44 anos, tetracampeão brasileiro e cinco vezes campeão paulista da modalidade, também participou da reunião. Ao contrário de Londrina, em São Paulo o ideal seria uma pista dual track, com espaço para experts e iniciantes. É o que sugere a Elite Trax, que fez o design da pista de Berlim.

A mesma opinião é compartilhada pelo diretor de BMX da Federação Paulista de Ciclismo, Paulo Nenê Perez, especialista na construção desses equipamentos e que recentemente fez as pistas de Leme, Bauru e Barueri.

“No Ceret cabe uma pista ‘combo’, com espaço para supercross e um circuito que possa atingir todos os níveis, para formar novos pilotos além de fazer o trabalho de alto rendimento com pilotos olímpicos”, afirma.

Ele reclama da falta de um espaço para treinamento adequado na maior cidade do país, e que tem o maior número de pilotos: “Esperar que o Brasil tenha medalhas sem uma pista de qualidade é o mesmo que oferecer para treinamento uma mesa de ping-pong para um tenista de saibro”, ironiza.