Governo da Bolívia garante Rali Dakar após ameaças indígenas de bloqueio

Após ameaças de bloqueio por parte de uma tribo indígena, o vice-presidente boliviano, Álvaro García Linera, garantiu que o Rali Dakar está 100% confirmado no país. Ele destacou que o governo tomará todas as providencias necessárias ante os protestos do povo de Tolapampa, que quer bloquear com arame farpado a rota da prova off-road, que está prevista para os dias 12 e 13 de janeiro - quando a disputa passará pela região de Potosí. 

A revolta da tribo descendente dos Incas é uma maneira de chamar a atenção do governo, que bloqueou a sede do Conselho Nacional de Allyus e Markas de Qullasuyu (Conomaq), uma organização de povos indígenas locais. De acordo com o jornal boliviano La Razón, os indígenas reclamam que não foram consultados sobre o rali. 

Sobre as ameaças, Linera comentou: "Eu lamento muito porque não estão causando danos ao governo, estão prejudicando os 10 milhões de bolivianos. Estão agredindo a Bolívia. Eles estão isolados e neste isolamento saem este tipo de proposta sem sentido que, com certeza, não vamos permitir que se realizem", declarou ao jornal. 

O mesmo garantiu o secretário geral do governo de Potosí, René Navarro. "Não vamos permitir que um tema interno da Conamaq consiga frustrar uma festa esportiva e deixar uma imagem ruim do país", disse. Para Navarro, esse tipo de atitude faria com que a Bolívia nunca mais seja eleita para ser sede de uma competição internacional. 

Já o dirigente indígena, Rafael Quispe, afirmou que os organizadores do Rali Dakar devem ter uma autorização da Terra Comunitária de Origem (TCO) para que a competição possa passar pela localidade, uma vez que a circulação de motocicletas poderia ocasionar danos ambientais. 

O Dakar, que terá o maior percurso de sua história, acontecerá entre os dias 5 e 18 de janeiro, passando pela Argentina e pelo Chile.