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Dobradinha catarinense leva a melhor no mundial de skate park em SP

Pedro Barros, campeão do skatepark - Paulo Anshowinhas
Pedro Barros, campeão do skatepark Imagem: Paulo Anshowinhas

Paulo Anshowinhas

Colaboração para o UOL Esporte

23/06/2019 21h21

É duplamente do Brasil os títulos da segunda etapa mundial do Vans Park Series, realizada nesse final de semana na pista da Vans Skate Park, no Parque Candido Portinari, na zona oeste de São Paulo.

Os catarinenses Pedro Barros, 24, e Yndyara Asp, 21, conseguiram reverter os resultados das semifinais onde estavam atrás do havaiano Heimana Reynolds e da americana Brighton Zeuner respectivamente e faturaram cada um US$ 20 mil (cerca de R$ 80 mil reais) de premiação na modalidade skatepark profissional.

Pedro, uma das maiores promessas de medalha nas próximas Olimpíadas de Tóquio, ano que vem no Japão, subiu no ponto mais alto do pódio em uma grande disputa com o brasileiro Luiz Francisco, que ficou em segundo lugar, e com o americano Tristan Rennie, que ficou em terceiro. O quarto lugar foi ocupado pelo também catarinense Pedro Quintas, e o quinto com o havaiano Heimana Reynolds que no dia anterior ficou em primeiro, mas na final não conseguiu superar as manobras dos brasileiros, apesar de muito aplaudido pelo público.

Público lotou as arquibancadas do skate park em SP - Paulo Anshowinhas - Paulo Anshowinhas
Público lotou as arquibancadas do skate park em SP
Imagem: Paulo Anshowinhas

"Esse indy air 540 do Pedro é muito difícil e deve fazer a diferença no final", comentou o campeão mundial de vertical Sandro Dias, sobre a performance de Pedro e que acompanhou a final ao lado da reportagem do UOL Esporte. Ele estava certo. Com, 88,63 pontos, ficou na frente do segundo colocado que teve 86,50.

Assim como Sandro, outras celebridades do skate mundial estavam presentes na plateia como Bob Burnquist, Rony Gomes, Edgard Vovô, Karen Jonz, Lincoln Ueda, Harry Jumonji e as lendas americanas Jeff Grosso, Christian Hosoi, Cris Cole, Chris Pastras e Tony Hawk que veio ao Brasil apenas para ser um dos comentaristas internacionais do evento.

"Era o Gavião Bueno", brincou o fotógrafo Fábio Bitão ao se referir ao sobrenome em inglês do ídolo que se transformou em narrador a exemplo do jornalista Galvão Bueno.

Esses ídolos do vertical que sempre andam de capacete, não fizeram parte desse circo onde os principais protagonistas dessa competição tem entre 11 e 24 anos em média, e não usam nenhuma proteção.

Ao contrário dos meninos, no skate feminino todas usam capacete, joelheiras e cotoveleiras, como é o caso da catarinense Yndyara Asp, que ficou com uma pontuação ainda maior do que Pedro Barros, com 88,90, deixando para segundo a japonesa Sakura Yosozumi com 86,33 e a americana Brighton Zeuner em terceiro. As brasileiras Isadora Pacheco (sexto lugar), e Dora Varella (oitavo) também pontuaram.

Footplant de Yndyara Asp para a vitória no skate park de SP - Paulo Anshowinhas - Paulo Anshowinhas
Footplant de Yndyara Asp para a vitória
Imagem: Paulo Anshowinhas

A exemplo de Pedro que nas semi finais estava em segundo lugar atrás do havaiano, Yndyara estava atrás de Brighton no sábado, mas hoje conseguiu reverter o quadro despachando a americana.

"Não são minhas rivais, são todas as minhas amigas viajando pelo mundo", comentou a campeã que aos 21 anos já carimbou o passaporte para a China, Copenhague, Suécia, Estados Unidos, Espanha e França e espera ir muito além.

"Precisei aprender a falar inglês para me comunicar, menos na China que não entendiam nada e tinha de fazer mimica, e até passei fome, pois não gostei das comidas", brincou.

Humilde, a campeã que também é uma das esperanças de medalha olímpica, diz se espelhar em Leticia Bufoni, por além de ser uma excelente skatista é uma mulher brasileira que conquistou o mundo.

"Faça o que ama, e se entregue no que faz, nunca desista dos seus sonhos, pois você ainda irá conquista-los", declarou sorridente.

Marca de tênis virou sinônimo de skate

Para Nicolas Prado, supervisor de marketing da Vans América do Sul e Central, "a aposta da marca Vans nas piscinas vazias ou skate parks, vem desde a fundação da marca em 1966, onde uma crise hídrica na Califórnia, abriu caminho para os skatistas invadirem propriedades privadas para andar em piscinas vazias, e nisso a marca viu um nicho para celebrar o skate e desenvolver a modalidade", disse.

"Foram os skatistas que abraçaram a marca, e não o contrário", ao esclarecer que a marca da família Van Doren (daí o surgimento do nome), era uma fabrica de tênis para barcos, iates até ser adotada pelos skatistas.

O skate park como competição foi definido como modalidade em 2006, através desse circuito profissional - o Vans Park Series, mas que começou com o Combi Pool, e também mantém outros campeonatos voltados para piscina, como o Vans Pool Party, enquanto o Park Series esse ano teve sua primeira etapa em Xangai, na China, a segunda agora em São Paulo, havendo ainda uma etapa em Montreal, no Canadá, em julho, outra em Paris, na França, em agosto e a final em setembro, em Salt Lake City, nos Estados Unidos, onde será conhecido o campeão do circuito.

Esse formato foi adotado recentemente pela World Skate, entidade que irá comandar o skate olímpico e terá uma etapa no Brasil em setembro próximo, mas sem a participação da Vans, que preferiu continuar com seu circuito próprio, sem ser um evento 5 estrelas que possa valer pontos para as Olimpíadas.

Hoje a marca Vans está presente em 118 países, sendo a América do Norte e Asia na liderança de vendas, Europa em segundo e América Central e do Sul em terceiro.