Há exatos cem dias, Buenos Aires vivia a tarde "em que apagaram a luz", metáfora que une a morte de Diego Armando Maradona a uma famosa canção de Charly García, o papa do rock argentino. Depois das maiores glórias e dos mais pesados dramas, Maradona respirou pela última vez em um quarto improvisado, em uma casa alugada por temporada, às margens do idílico rio Tigre, nas cercanias da capital portenha.
Acostumada a viver amores com a mesma intensidade com a qual castiga seus pecadores, a Argentina assiste horrorizada às novidades que jogam luz sobre sua morte. A perplexidade atingiu o auge nesta semana com o lançamento do documentário "La muerte de Maradona: sus últimos días". A produção do Infobae, um dos principais portais de notícias da Argentina, revelou áudios e textos da investigação indicando que Diego era obrigado a trabalhar mesmo sem condições. Seu "entorno" só se preocuparia com o saldo bancário.
O documentário traz à tona áudios que mostram que o médico Leopoldo Luque e o advogado Matías Morla sabiam dos excessos do craque, mas não fizeram muita coisa para ajudá-lo. O vídeo, de 34 minutos e disponível no Youtube, termina com uma contundente acusação de Verónica Ojeda, mãe de Dieguito Fernando, filho caçula do astro: "Mataram Maradona lentamente. Assumo o que digo."