Uma vitória a cada três corridas —menos que isso até para ser exato. Foi com esse retrospecto que Lewis Hamilton cruzou hoje (26) a linha de chegada pela centésima vez à frente da concorrência na Fórmula 1. O palco foi o circuito de Sochi, na Rússia, numa prova em que mostrou o que tem de melhor: combinou arrojo e estratégia em uma corrida sob interferência da chuva repentina nas voltas finais.
Para somar 100 triunfos, Hamilton também faturou pelo menos um GP por 15 temporadas consecutivas. Nesse período, superou diversos rivais para bater recordes antes impensáveis. Agora ele atinge este número para ficar eternizado, tão redondo quanto uma carreira de marcas expressivas, sendo a mais relevante delas, claro, o heptacampeonato mundial. Neste ano, ele briga GP a GP com Max Verstappen pelo oitavo título, e agora lidera o campeonato com dois pontos de vantagem.
O piloto da Mercedes chega aos três dígitos em vitórias 11 meses após se tornar o recordista da categoria. Até então, o alemão Michael Schumacher era o dono da marca, com 91. Em ambos os casos, registre-se, são números muito inflacionados em comparação com outras épocas. Nas décadas de 1980 e 1990, consideradas por muitos a época de ouro, Alain Prost encerrou a carreira, com 51, contra 41 de Ayrton Senna. Corria-se menos.
Ganhar 100 vezes um GP de F1 é o tipo de recorde que vai durar bastante tempo. Dos pilotos em atividade, o mais próximo é o alemão Sebastian Vettel, com 53, e ele venceu pela última vez há quase dois anos. E não é que Hamilton, aos 36 anos, dê sinais de que vá desacelerar tão cedo.