Em uma noite chuvosa em 25 de janeiro de 1996, um senhor de 65 anos vestiu o uniforme do Corinthians. Luiz Trochilo entrou em campo e jogou cinco minutos ao lado dos jogadores profissionais do Corinthians, naquele ano, um dos times mais poderosos do país. Quem estava nas arquibancadas viu, ao vivo e a cores, dois Pacaembus se juntando caprichosamente, alheios ao longo hiato do reencontro entre uma bola, um ídolo e um uniforme completo.
O protagonista era Luizinho, o segundo atleta com mais jogos na história do clube, conhecido como Pequeno Polegar pela baixa estatura (1,65m).
Poucos representam o corintianismo com tanto sentimento. Certa vez, no mesmo Pacaembu, ele driblou um jogador do Palmeiras, que caiu em seguida. Ao ver a cena, sentou na bola, aguardando que o rival se levantasse para driblá-lo novamente. Levantar a torcida com irreverência dentro de campo era um dos objetivos de Luizinho (Corinthians e Palmeiras se enfrentam hoje, na Neo Química Arena, às 19h)
Na despedida, ele conseguiu fazer isso mais uma vez. O craque atuou no jogo que marcou a estreia de Edmundo pelo Corinthians, em um amistoso contra o Coritiba. Aquela era a primeira vez que ele pisava no Pacaembu em 30 anos. E curava uma dor alimentada por décadas.