A geração que daria ao Flamengo os anos mais vencedores e felizes da história do clube começou a florescer em meados da década de 70. Foi naquele período que o super time que conquistaria o mundo começou a ser erguido ao redor de Zico, o craque franzino vindo do bairro simples de Quintino. Do pelotão de apoio, os rubro-negros da época depositavam sua fé no talento de Geraldo.
O meio-campo vindo de Barão de Cocais, interior de Minas Gerais parecia o parceiro ideal de Zico, de quem tinha apenas um ano a menos. Da arquibancada do Maracanã naquela época, o dueto ensaiava ser uma versão rubro-negra de Pelé-Coutinho. Mas a carreira do promissor e habilidoso camisa 8 acabou cedo e de forma trágica.
Geraldo morreu em agosto de 1976 aos 22 anos, após uma cirurgia requisitada pelo Flamengo para retirar as amígdalas, numa intervenção aparentemente trivial. Como disse à reportagem Lincoln, um dos irmãos do jogador, Geraldo morreu sentado numa cadeira de dentista, vestindo calça jeans e calçando apenas chinelo, sem camisa. "Como se estivesse extraindo um dente".
A tragédia comoveu o Rio de Janeiro e todo o Brasil. Até Pelé foi recrutado para o jogo beneficente em prol da família do jogador, semanas depois do incidente. Campeão carioca em 1974 e convocado para a seleção em 1976, Geraldo era uma das promessas do Brasil para a Copa de 1978. Um aspirante a craque, comparado a Didi e Beckenbauer, que deixou a vida antes de atingir o auge em campo.
Para familiares e amigos, quem foi embora cedo foi um cara tranquilo, afável com todos e 'bon vivant'. O assobiador de música pop, o cara que apresentou os compadres Fagner e Zico. Para o Galinho, especificamente, foi a primeira perda da vida, como o ídolo relata no material a seguir preparado pelo UOL Esporte.