Dezenove dos 20 clubes que disputam a elite do Campeonato Brasileiro apresentaram à CBF na terça-feira a intenção de criar uma liga independente para organizar a competição — só o Sport ficou de fora, mas porque está sem presidente, não por desacordo com os planos.
A ideia, externada em comunicado oficial, serve como pressão em um momento de vácuo de poder talvez inédito na história da Confederação Brasileira de Futebol.
Comunicar a decisão da criação imediata de uma liga de futebol no Brasil que será fundada com a maior brevidade e que passará a organizar e desenvolver economicamente o Campeonato Brasileiro de Futebol. Além dos clubes signatários, os clubes da Série B serão convidados a integrar a liga."
Desde sexta-feira, os clubes se organizam para tentar aproveitar o afastamento de Rogério Caboclo da presidência da CBF — o dirigente é acusado por uma funcionária de assédio sexual. Querem, principalmente, participar da articulação da sucessão, já que a avaliação é que o mandatário não retornará ao cargo.
A crise da CBF abre a oportunidade histórica de emplacar a liga sob controle dos clubes, em movimento que fracassou em algumas ocasiões — geralmente em razão de disputas entre seus próprios dirigentes.
Será que desta vez a coisa anda, acima de vaidades e interesses? Muito além da modernização do Brasileirão, está em discussão o poder do futebol nacional nos próximos anos —incluindo o jogo milionário dos direitos de televisão.