Responsável por 28% do PIB nacional (em cálculo do Cepea - Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) e fonte de renda para 30,5 milhões de pessoas no Brasil, o agronegócio também está ocupando um terreno em que, até bem pouco tempo, não via futuro: o futebol. Atualmente, seis clubes da Série A e 12 da Série B do Campeonato Brasileiro são apoiados diretamente por empresas do agronegócio verde-amarelo.
As parcerias são as mais variadas. Desde um simples patrocínio, uma ação de marketing pontual e até mesmo o financiamento total de um reforço com padrão europeu — é o caso de Paulinho, no Corinthians. A geografia dos investimentos, porém, ainda segue as áreas de atuação deste mercado. Das agremiações beneficiadas, seis são da região Sul, cinco do Nordeste, três do Centro-Oeste e quatro do Sudeste. Na última região, todos os clubes são do Estado de São Paulo.
"É através de nossos patrocínios que o clube consegue mostrar a força do Mato Grosso. Estamos diretamente ligados ao agronegócio, a principal força econômica do Estado. Ficamos honrados em poder ajudar a divulgar a maior potência da nossa região", afirma Cristiano Dresch, vice-presidente do Cuiabá, clube patrocinado pela Agro Amazônia.
O fôlego agrícola que o futebol brasileiro tem recebido contrasta com o momento de apreensão na economia nacional. Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, o setor poderá ser diretamente atingido: 85% dos fertilizantes utilizados no Brasil são importados, a grande maioria da Rússia. Por ora, os clubes se perguntam: será que esta parceria continuará rendendo frutos?