A cada quatro anos, nos meses que antecedem a Copa do Mundo, uma pergunta se repete: quem são os favoritos ao título? Desde o Mundial de 1954, quando conquistou o título pela primeira vez, a Alemanha sempre aparece na lista. Ou quase sempre. Este ano, os alemães estão fora do grupo de favoritos -nas casas de apostas, ocupam apenas a sexta posição-, fruto de desempenhos ruins nos torneios mais recentes.
Desde 2014, quando humilhou o Brasil por 7 a 1 e venceu a Argentina para conquistar o tetracampeonato, a Alemanha não voltou a uma final. A Mannschaft foi semifinalista na Eurocopa de 2016 e caiu nas oitavas em 2021, mas a maior vergonha aconteceu na Copa da Rússia, em 2018: queda na fase de grupos depois de perder para a Coreia do Sul.
"A Alemanha chega ao Qatar muito reformulada. Depois das dificuldades nos últimos anos do Joachim Löw, agora começa uma retomada com o [Hansi] Flick. Ele pegou uma molecada jovem e talentosa, e precisa fazer eles serem um time. Não vejo como uma seleção favorita, mas pode ser uma boa surpresa", afirma Cacau, atacante brasileiro que disputou a Copa de 2010 pela seleção alemã.
Para o jornalista Gerd Wenzel, comentarista da OneFootball, a renovação da equipe demorou para começar. "A seleção está iniciando uma fase de renovação que já deveria ter acontecido depois da Copa de 2018. Mas o Joachim Low era muito conservador e muito ligado aos jogadores. Ele deveria ter saído antes da seleção. Agora, a Alemanha tem sido escanteada, e com alguma razão. A seleção deixou de ser protagonista no futebol mundial", afirma.
O treinador Hansi Flick, que deixou o Bayern para assumir o comando da seleção em setembro do ano passado, sabe que o momento é a situação é diferente de outros Mundiais, mas se nega a aceitar o papel de coadjuvante.
"Não vamos ao Qatar apenas para fazer figuração. Todo nós, jogadores, treinadores e membros da comissão técnica, depositamos a mais alta expectativa em nós mesmos. Nosso diretor-executivo, Oliver Bierhoff, já falou que alcançar as semifinais é nosso objetivo mínimo. Todos aqui trabalham com a ideia de sermos campeões mundiais", disse Flick em entrevista ao Blog do Rafael Reis, do UOL.