Sonho interrompido

Alemão ensaiou dupla com Edmundo no Palmeiras, mas morreu em acidente violento antes de aproveitar o sucesso

Augusto Zaupa e Vanderlei Lima Do UOL, em São Paulo Diego Padgurschi/Folhapress

"Tinha uma liga boa para dar ao torcedor do Palmeiras, aquele cara era brigador. Ia dar uma dupla boa, Edmundo e Alemão". Esta análise é de um ex-diretor do clube paulista sobre uma parceria que teve apenas um esboço breve em campo.

Alemão pode ser pouco conhecido para o público em geral, mas chegou a ser uma grande aposta alviverde para a temporada 2007. Mas, então com 23 anos, o atacante morreu em grave acidente de carro em Nova Iguaçu (RJ), poucos meses após desembarcar no Palestra Itália. Era uma vida jovem violentamente interrompida, marcando para sempre uma família carioca.

Carlos Adriano de Jesus Soares recebeu o apelido Alemão do seu padrasto, botafoguense fanático e fã do volante que se destacou no Glorioso na década de 1980, antes de fazer sucesso no Napoli e na seleção brasileira.

O UOL Esporte recorda nesta reportagem a tragédia que abreviou a vida e ascensão de uma promessa do futebol brasileiro que, segundo o multicampeão técnico Antônio Lopes — que o revelou no Coritiba —, tinha tudo para chegar à seleção.

No Palmeiras, foram menos de seis meses de clube. Apesar do pouco tempo, realizou o sonho de infância de atuar ao lado do Animal. "Todo mundo queria ser o Edmundo", declarou Alemão, quando foi apresentado como novo reforço palestrino. Infelizmente, o sonho durou muito pouco,

Diego Padgurschi/Folhapress

Morte no dia do aniversário do pai

O que era para ter sido um dia de celebração virou um dia de tragédia. O acidente que resultou na morte de Alemão e seu cunhado Sérgio Ventura Ferraz, 29 anos, ocorreu justamente na data em que o pai do atleta, Hélio Soares, completava 81 anos, em 8 de julho de 2007.

Naquela madrugada de sábado para domingo, o jogador do Palmeiras dirigia a sua Toyota Hilux, ano 2007, na Via Light, no centro de Nova Iguaçu (RJ), quando perdeu o controle. A caminhonete bateu em uma árvore, depois em uma pedra e capotou. Outras nove pessoas da família estavam no veículo — entre elas, três crianças: a filha de Alemão (Carla Beatriz, então com 1 ano), um sobrinho e um irmão adotivo.

De acordo com o relato da irmã Andréia, o jovem de 23 anos pretendia fazer uma surpresa para o pai, mas acabou sendo detido pela Polícia Rodoviária Federal um dia antes, quando ia de São Paulo para Nova Iguaçu.

"Nós compramos bolo, churrasco, organizamos tudo. Ele estava vindo pra festa e meu irmão foi preso por causa da habilitação. Ele comprou praticamente a carteira de habilitação, ele não era habilitado, conseguiu aquela carteira falsa. Já era tudo pra ele não vir pra cá nesse dia, eu acho que Deus estava falando naquele dia", recordou a enfermeira de 44 anos.

"O Cristiano, que na época era empresário dele, fez o empréstimo [pagou] pra liberar o meu irmão da Polícia Rodoviária. Ele veio pra Nova Iguaçu, isso um dia antes da festa. Antes não soltasse o carro, mas infelizmente...", acrescentou.

A alegria de defender um time grande do Brasil durou pouco. Foram apenas três jogos e um gol com a camisa palmeirense. A estreia ocorreu em 17 de fevereiro de 2007, contra o Rio Claro (empate por 1 a 1), pelo Paulistão, no antigo Parque Antárctica. Curiosamente, neste dia, Alemão atuou ao lado de Derlis Florentín, que morreu em março de 2010 no Paraguai também vítima de acidente automobilístico.

Rubens Cavallari/Folha Imagem Rubens Cavallari/Folha Imagem

Falaram que o meu irmão estava dirigindo bêbado, isso aí é tudo mentira. A gente tinha comprado uma caixa de cerveja, mas veio quente, porque foi em cima da hora pra fazer a festa do aniversário do pai dele. O Alemão ele era viciado em Coca-Cola e ele estava tomando Coca-Cola.

Sandra, irmã de Alemão que estava no carro

Saiu na mídia que o Alemão estava bêbado, mas ele não estava, o único dia que ele não bebeu foi esse. Pô, eu era amigo dele desde a infância, treinamos juntos na base no Artsul, Resende... Estava vendo um clube, mas desisti de jogar futebol profissional. Parei, fiquei com trauma um tempão.

Robson Paes da Silva, amigo, que estava no carro

Gostava de pisar fundo

Segunda filha do casal Hélio Soares e Edinalva de Jesus — que ainda tinha a primogênita Adriana, Sandra e o caçula Alemão —, Andréia fez questão de pontuar que o irmão gostava de pisar fundo no acelerador, mas era contido quando estava junto dos familiares no veículo.

"A Hilux é um carro potente. Quando ele andava, falava: 'eu estou num avião'. Quando ele acelerava, parecia mesmo que estava num avião, nem parecia que você estava naquela velocidade. Nunca vi o meu irmão dirigindo numa velocidade de 200 km, eu saía com ele, as minhas irmãs também saiam, ele nunca fez essas graças. Passei pela Via Light de carro, vi que estava um breu, muito escura. A gente ia colocar advogado, mas depois colocaram iluminação."

Já a viúva Jaksilane Ribeiro Gomes, atualmente com 35 anos, afirmou que o marido estava de fato acima da velocidade permitida no trecho.

"Ele estava correndo um pouco a mais. Eu falei, a mãe dele falou, todos falaram que o carro estava pesado, para ir devagar e ele respondia: 'eu sei o que estou fazendo, pode deixar comigo'. Só que teve uma curva. Foi muito rápido, só me lembro de ele virando na curva, o carro cantando pneu, ficando em duas rodas pro meu lado e eu olhando pra cara dele. Eu falei: 'amor'. E ele desesperado tentando voltar o volante, só que não deu mais tempo. Eu desmaiei na primeira batida que o carro deu no chão, eu estava na frente com a Sandra, irmã dele", relatou.

Ele era baladeiro, qual jogador que não é? Saíamos juntos, mas correr com carro não muito, porque a gente sempre estava junto, sempre estava com a nossa filha. Ele teve muito cuidado comigo e com a filha dele. Infelizmente, este acidente é uma coisa que a gente fica até hoje sem entender.

Jaksilane, viúva que estava no carro

Estava sentado atrás, olhei o velocímetro e falei: 'que isso, Alemão? Você já está a 180 km/h'. E ele: 'qual é, Robinho? Gastei quase 200 mil neste carro, tu acha que capota?' O Alemão morreu na hora, lembro do semblante dele, parecia que estava dormindo, sem nenhum arranhão. Ele quebrou o pescoço.

Robson Carlos Paes da Silva, amigo de Alemão

Ricardo Nogueira/Folha Imagem

Família diz não ter tido suporte do Palmeiras

Passados mais de 14 anos do acidente, os familiares de Alemão ainda relatam falta de apoio do Palmeiras e de amigos. Aposentada por invalidez, a mãe Edinalva de Jesus, 70, reforçou que era o caçula que ajudava a família financeiramente.

"Você está falando com a 'véia' que está morrendo já, ninguém procurou a gente, só promessa e nada. Fiz uma cirurgia, estou de cama, esses dias eu passei mal, sinto muita falta dele [Alemão] era ele quem me mantinha, fiquei sem nada", disse. "O Palmeiras, os amigos... Ninguém ajuda em nada."

"Tem outros amigos do meu filho que pegaram dinheiro dele e até hoje não pagaram. Fiquei sem nada, era o meu filho quem me cobria de tudo, ele morava comigo. Antes de morrer, falou assim pra mim: 'mãe, eu não vou te dar a sua casa agora porque eu tenho que voltar para o Japão, quando eu voltar eu te dou", recordou a mãe, aos prantos. "Com medo daquele sequestro que teve com a mãe do Robinho [em dezembro de 2004], ele alugou uma casa no centro de Nova Iguaçu pra mim."

Atualmente com 35 anos — ficou viúva aos 21 — e em um novo casamento, Jaksilane Ribeiro Gomes revelou que o único bem que ficou em seu nome foi o imóvel onde o casal residia. Além disso, ela recebe pensão do INSS.

"Não recebi absolutamente nada até hoje, a única coisa que eu consegui receber foi um seguro de vida do Bradesco que o Alemão fez dois dias antes de morrer. Ele foi ao banco pra resolver alguma coisa que estava pendente e aproveitou e fez um seguro de vida. Ele me contou quando chegou em casa, eu disse que não precisava. Ele falou que a gerente insistiu tanto que ele acabou fazendo."

Se a família do Alemão me procurar, vou ajudar com certeza, tenho um carinho imenso por eles. Tenho um projeto social no Rio, eu doo todo ano 4.500 cestas básicas, sai do meu dinheiro, do meu bolso. Você acha que eu não ia ajudar a mãe de um amigo, irmão meu?

Ulisses Jorge, amigo presente no dia do acidente

Depois da morte dele, eu tratei com um advogado - até ele faleceu alguns anos atrás aqui em São Paulo, o Dr. Eduardo Mendes -, da documentação de seguro do Alemão. Ele tinha seguro lá, e a gente liberou. Na época, eu cheguei até falar com a mulher dele.

Savério Orlandi, ex-diretor de futebol do Palmeiras

Rubens Cavallari/Folhapress
Edmundo e Caio Júnior no Palmeiras

Edmundo ficou bem abalado

Em janeiro de 2007, o Palmeiras estudava reforçar o seu setor ofensivo. Entre as opções, havia o já conhecido Reinaldo da Cruz (ex-Flamengo, São Paulo, PSG, Santos, entre outros) e Alemão, que havia deixado o futebol brasileiro com menos de 20 anos após se destacar pelo Coritiba, em 2004. Visando uma venda lucrativa no futuro — o clube vivia uma fase de vacas magras —, a diretoria apostou no jovem promissor de 23 anos e 1,84m e que estava no Kyoto Purple Sanga, do Japão.

Em 4 de março daquele ano, quis o destino que o treinador Caio Júnior — um dos 71 mortos no acidente do voo da Chapecoense em 2016 — escalar o ataque alviverde com Edmundo e Alemão para o clássico com o Corinthians, pelo Paulistão. Mas a revelação não conseguiu embalar. O carioca acabou sofrendo uma grave lesão ao romper o ligamento cruzado do joelho direito. O trágico acidente ocorreu quando ele ainda fazia tratamento para a volta aos campos, prevista para setembro.

Todo o elenco palmeirense ficou abalado com a morte trágica do companheiro de elenco, principalmente Edmundo, com quem fazia parceria no ataque.

"Na segunda-feira [9 de julho de 2007, dia do enterro], nós fomos de avião. O Edmundo é muito sensível, ele acusa, sabe quando ele fica com aquela cara de morto, que ele não ri, não chora, deu uma somatizada naquele dia, ele sentiu pra caramba", recordou Savério Orlandi, ex-diretor de futebol do Palmeiras.

O Alemão tinha uma liga boa para dar ao torcedor do Palmeiras, aquele cara era muito brigador. Ia dar uma dupla boa, Edmundo e Alemão, e ainda junto com o Valdivia, que ainda estava jogando um pouquinho antes.

Savério Orlandi, ex-diretor de futebol do Palmeiras

Ele acabou fazendo muita falta pra nós naquela temporada, porque foi uma temporada sem dinheiro. A gente acreditava muito. Tanto que ele ficou sem substituto quase o ano inteiro, sem menosprezo com quem jogou.

Toninho Cecílio, ex-gerente de futebol do Palmeiras

Rubens Cavallari/Folha Imagem

Enterrado com a bandeira do Palmeiras

Uma comitiva palmeirense acompanhou o enterro de Alemão no cemitério Jardim da Saudade, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Entre os representantes estavam o treinador Caio Júnior, os jogadores Leandro, Martinez e Edmundo, o presidente Affonso Della Monica e os cartolas Savério Orlandi e Toninho Cecílio — o goleiro Marcos também pretendia ir, mas uma virose o impediu de viajar para o Rio.

No velório do corpo e no enterro, o caixão foi coberto com uma bandeira do Palmeiras. "Foi mais um dia bem triste, levamos a bandeira do clube", relembrou o ex-diretor Savério Orlandi.

Durante o processo de recuperação da operação no joelho direito, Alemão estreitou os laços de amizade com o atacante Osmar, que também fazia tratamento no departamento médico por causa de uma contusão semelhante.

"Infelizmente, o Alemão nos deixou. Eu até ia no velório dele, só que o avião daqui de Marília não batia com o horário pra chegar em São Paulo a tempo de pegar outro pra ir pro Rio. Senti muito a morte desse cara, porque ele era muito gente boa, eu tenho muitas lembranças boas dele."

Ele teve uma infelicidade no jogo contra o Corinthians. Ele e o Nilmar machucaram juntos. Entrei no lugar dele e fiz o gol, nós ganhamos de 3 a 0. Ele morava ali no flat onde eu morava, em frente ao Parque Antárctica [hoje Allianz Parque]. Falei: 'Alemão, isso é coisa da vida, a gente está sujeito a isso aí'. Ele me respondeu: 'Osmarzinho, eu não podia me machucar agora, tinha que jogar primeiro'.

Osmar, ex-atacante do Palmeiras

Arquivo pessoal

Fã de funk e sem noção de dinheiro

Alguns dos personagens ouvidos pelo UOL Esporte na reportagem recordaram da infância pobre de Alemão em Nova Iguaçu, sua cidade natal, e também do temperamento humilde, amigável e por vezes ingênuo. O atacante não sabia como lidar com o dinheiro, tanto que carregava altas quantias em cédulas, conforme revelou o amigo Robinho.

"Eu até falava com ele, mas o meu irmão era muito imaturo. Ele não jogava bola por causa do dinheiro, ele não tinha noção do dinheiro que ele estava ganhando. Naquela época, os jogadores não tinham o preparo psicológico pra lidar com a fama, com dinheiro, com essas coisas. Deveriam os clubes preparar esses jogadores. Ele achava que era uma pessoa normal", comentou a irmã Andréia.

Como qualquer jovem, Alemão gostava de baladas e de funk. Em uma destas noitadas, esbarrou com Adriano Imperador na casa noturna Via Show, em São João de Meriti (Baixada Fluminense) — o local era frequentado constantemente por jogadores de futebol e fechou as portas em 2015.

"Teve uma vez que nós estávamos num camarote [da Via Show] e do lado estava o Imperador, o Adriano. Foi aí que o Alemão tomou aquele choque. Ele falou: 'caraca, você viu quem estava do nosso lado? Tu viu o brinco dele de diamante'. Meu irmão era muito 'pé no chão'. Eu fazia frango, e ele comia com as mãos."

Ele levava a gente pra restaurante, e a conta podia dar o que fosse que ele falava: 'agora eu tenho pra pagar'. Ele não tinha noção, levava a família toda.

Andréia, irmã de Alemão

Ele gostava muito da noite, era muito baladeiro, gostava de beber. A gente falava, dava uns conselhos, mas ele não gostava de ouvir muito.

Leandro Bochecha, ex-lateral esquerdo do Palmeiras

Arquivo pessoal

Garimpado por Antônio Lopes

Um dos técnicos mais vencedores da história do Vasco, com títulos do Brasileirão (1997) e da Libertadores (1998) no currículo, Antônio Lopes tem orgulho dos inúmeros craques que ajudou a revelar no futebol brasileiro ao longo de 40 anos de futebol - entre eles, Romário e Edmundo. Mas foi no Coritiba que ele se deparou com Alemão, durante um jogo-treino contra um time de empresários.

"Foi na terça-feira, contra o Prudentópolis, e no domingo ele estreou no Mineirão contra o Atlético-MG. Ganhamos de 3 a 0, e o Alemão ganhou todos os prêmios de melhor em campo", recordou Lopes, que apontou as virtudes do jovem.

"O que chamou a atenção foi a velocidade dele, os dribles desconcertantes que ele dava, a condição também de fazer gol. Ele também fazia gol, a criatividade dele para os colegas fazerem gols também, isso tudo nós levamos em conta. Ele se destacou no Coritiba, que posteriormente o vendeu para o futebol japonês e ganhou uma grana nessa transação."

Já naquela época, ele poderia ter tido uma chance na seleção brasileira. No Brasil, está sempre aparecendo jogadores jovens, e ele era um na época. O Alemão era talentoso pra caramba, fazia tudo.

Antônio Lopes, ex-técnico do Coritiba

Arquivo pessoal

Aposta de Caio Jr.

Em busca por reforços para a temporada 2007, o então treinador palmeirense foi se consultar com o experiente colega de profissão Antônio Lopes sobre o atacante de 23 anos que havia despontado no Coritiba e fazia sucesso no Japão, com passagens pelo Yokohama FC e Kyoto Sanga. Caio Júnior ouviu só elogios e 'rasgou seda' quando o acordo foi fechado com o Verdão.

"Fez um extraordinário Campeonato Brasileiro em 2004 e era muito elogiado pelo Antônio Lopes", disse o treinador palmeirense à época. "É um ótimo jogador, de velocidade, e que está dentro do perfil do Palmeiras, de trazer retorno imediato para a equipe e retorno financeiro a longo prazo."

Alemão começou a se destacar em 2004 ao fazer oito gols naquela edição do Brasileirão. Entre eles, 'uma pintura', de bicicleta, no triunfo por 1 a 0 sobre o Botafogo, encerrando um jejum de 40 dias sem vitória do Coxa no Couto Pereira.

"Quando ele voltou do Japão, o Caio Júnior me ligou pra pedir informações do Alemão pra levar ele para o Palmeiras. Eu o elogiei, teve um jogo antes dele ir para o futebol japonês, contra o Botafogo, que ele fez um gol de bicicleta lá em Curitiba. Isso tudo foi chamando a atenção da gente e despertando todo mundo do futebol, o potencial dele, a qualidade dele", relembra Antônio Lopes.

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