Foi muito difícil passar por isso. Ainda é. Parece que o sentimento de perder alguém tão próximo quanto o meu pai dura a vida inteira. É algo que a gente não supera por completo.
Meus pais tiveram um papel muito importante na minha carreira, proporcionaram tudo pra mim e pro meu irmão. Todos os sacrifícios, aquela história comum na vida de jogadores de futebol. Conosco não foi diferente, não. Se somos o que somos, é por causa por eles.
Olha, desde que eu o perdi, eu recebi muito amor, carinho e cuidado do mundo do futebol. Mensagens de pessoas que eu nunca conheci pessoalmente, cartas de clubes e treinadores. Me senti abraçado, bem cuidado.
Nós vivemos coisas pessoais com meu pai, o batismo dele nas águas, entregando a vida dele para Deus. A gente tem uma visão de eternidade e aquilo já foi um consolo para o que estava por vir.
Eu vou dizer uma coisa que pode parecer dura, mas é verdade: depois que a pessoa morre, não tem o que fazer. Eu tenho esse alívio dentro de mim porque fiz tudo com meu pai em vida. Disse a ele tudo que tinha que dizer. Disse 'eu te amo', pedi perdão por muitas coisas e ele também fez isso comigo.
Tínhamos uma relação muito pura, muito mais que pai e filho. Éramos amigos. Eu sinto muito a falta dele. Ainda sinto. Não tem um dia que não penso no meu pai, vejo a imagem dele, as lembranças tomam minha mente e eu choro de saudade.
A gente não supera a perda de alguém tão precioso, mas tem que ter a sabedoria de seguir em frente como eu venho fazendo.