Foram meses difíceis. O Paulo Sousa é um ótimo profissional, mas minhas ideias de futebol não batiam com as dele. Não deu aquele "clique". Eu já não podia fazer o que queria em campo. Tive que começar a fazer coisas que não sabia, ou que não era tão bom em fazer. Eu saía da minha zona de conforto para agradar ao treinador, mas não jogava meu melhor futebol. Era um conflito comigo mesmo.
Decidi falar com ele. Disse que não me sentia à vontade para jogar daquele jeito. Ele entendeu meu lado. Também falava com o David Luiz todos os dias, ele foi um paizão para mim. Ele me dizia: "Tenta fazer algumas coisas do seu jeito, mas aceita". Eu tentava, mas estava fazendo coisas que não sabia fazer. Não estava me sentindo bem.
Eu sou um segundo volante que gosta de avançar com a bola, criar chances. Minha função era deixar o De Arrascaeta e o Everton Ribeiro mais livres, para eles criarem chances de gol. Não sou um meio-campista que domina e toca, que só faz o simples, que defende. Eu sou mais criativo. Ele tirava um pouco dessa criatividade de mim.
Daí comecei a jogar algumas partidas e decidi que ia fazer o que eu sei, do meu jeito. Isso foi no jogo contra o Fluminense. Eu me senti bem em campo. Mas era tarde demais. Ele saiu logo depois.