Em 2015, enquanto Andrew Cole se arrumava para um jantar com amigos em Manchester, na Inglaterra, a sua então esposa Shirley fez um comentário trivial à primeira vista. "Essa camisa está muito apertada, acho que você engordou um pouco na Ásia". Ele deu de ombros e, durante a refeição, foi o único a se queixar da aparente falta de sabor da comida.
No dia anterior, Cole havia chegado exausto em casa de uma viagem ao Vietnã como embaixador do Manchester United, clube pioneiro na expansão da marca a outros mercados desde as inúmeras glórias nos anos 90 e ainda hoje um dos mais populares entre os torcedores asiáticos.
O ídolo dos Red Devils acordou na noite do encontro com amigos ensopado de suor e com forte mal-estar. Após rápida consulta com um ex-médico do clube, Andy Cole foi submetido a exames. Os resultados eram alarmantes. Foi a primeira vez que Cole ouviu as palavras "falência renal". Ele tinha contraído um vírus no Vietnã, e os médicos acreditam que essa infelicidade agravou um quadro existente, mas até então desconhecido pelo paciente.
Não fosse o histórico de jogador de elite, Cole talvez não tivesse resistido para a primeira sessão de quatro horas hemodiálise. O procedimento se repetiu nos 10 dias seguintes em que ficou internado. "Tudo foi muito difícil a partir desse momento, mas só tenho a agradecer pela maneira que todo o corpo clínico me tratou em uma fase tão delicada da minha vida", conta. Ao UOL Esporte, Andy Cole conta como sobreviveu.