Rafael Silva chegou ao São Paulo depois de um jogo-treino contra o time do Morumbi. Menino do interior, gostava de dizer a todos: "Eu jogo no São Paulo".
Naquela época, falava muito e fazia pouco. Sumaré fica a quase três horas de viagem da capital de São Paulo. Quando estava em casa, ele enrolava e não conseguia chegar no horário dos treinos. Perdia um aqui, outro ali.
Para ser jogador do São Paulo, como Rafael gostava de dizer, era necessário foco e responsabilidade e o atacante não tinha nenhum dos dois. Era o típico garoto problema, agouro de uma história sem final feliz. A dispensa veio quando ele tinha 14 anos.
"Era muito jovem, não tinha noção que estava na base do São Paulo. Acredito que muitos cometem o mesmo erro que eu. Eu não levava a sério. Eu não tinha noção nem pensamento de ser profissional", contou Rafael.
Como o mundo dá voltas, aquele garoto, que nas instalações do CT da base do São Paulo ganhou o apelido de Ratão, hoje brilha na Europa. Tudo bem, não é exatamente a Europa que você deve ter imaginado, mas Rafael Ratão é atacante do Toulouse, foi um dos destaques da campanha que valeu o acesso na segunda divisão da França e ganhou mais um apelido.