Uma opinião, uma imagem, um meme: qualquer coisa que viralize pode atingir a carreira de alguém hoje em dia. A trajetória do goleiro Sidão, de 40 anos, é exemplo de quanto o trabalho pode ser afetado por coisas que às vezes não fazem parte dele.
Depois de surgir no Audax de Fernando Diniz, em 2016, o goleiro que chamava atenção pela qualidade com os pés e participava da saída de bola como se fosse um jogador de linha pulou para o Botafogo. Então, suas boas atuações encantaram Rogério Ceni, que o levou ao São Paulo. No Tricolor paulista, os pênaltis defendidos na Flórida Cup garantiram sequência e até o posto de capitão eventualmente.
Em seguida veio Goiás e depois o Vasco, quando após uma jornada aquém do ideal, Sidão sofreu com o deboche do público. A eleição de 'Craque do Jogo' na transmissão da Globo o 'premiou' após uma partida ruim na derrota por 3 a 0 para o Santos. Visivelmente constrangido, ele não revidou. Aceitou o troféu e viralizou nas redes sociais. A partir dali, sua carreira passou longe da ideal.
"A gente sabe que a opinião pública vale muito numa contratação. Você anuncia que um nome é cotado, as redes sociais se manifestam e, dependendo disso, o clube segue em frente ou desiste da contratação. Neste sentido, com certeza aconteceu comigo. Cheguei a ponto de ficar um ano desempregado porque portas se fecharam", contou.
Quatro anos depois, o goleiro afirma ter superado o trauma e busca a oportunidade de completar sua volta por cima com o regresso a um time de elite. Hoje no Concórdia-SC, na Série D do Brasileiro, ele lembrou do peso de atuar no gol do São Paulo e do sucesso no Botafogo em entrevista ao UOL.
Na segunda-feira (24), o Tribunal de Justiça de São Paulo rejeitou o recurso da Globo e manteve a indenização de R$ 30 mil ao goleiro.