Quando Carlos Alberto Torres completou uma obra-prima do futebol e fez o Brasil inteiro comemorar na final da Copa de 1970, no estádio Azteca, no México, o jogador mais jovem daquela mítica seleção levou as mãos à cabeça como se falasse: "Isso realmente aconteceu, tudo isso começou pelos meus pés?"
Era mesmo pouco crível, porque Clodoaldo tinha uma missão bem clara naquele time: defender. Mas, nos últimos minutos da decisão contra a Itália, ainda no campo de defesa, ele driblou um, dois, três, quatro oponentes. Depois, sob gritos entusiasmados de mexicanos quase brasileiros, deu a bola para Rivellino, que tocou para Jairzinho, que achou Pelé, que serviu o capitão Carlos Alberto. O gol que começou nos pés do jogador de 20 anos é a síntese daquele time.
Cinco décadas depois, Clodoaldo tem a memória viva daquele time e o prazer de compartilhar com o UOL Esporte suas lembranças mais preciosas. A memória é a riqueza que lhe restou. Nem mesmo a camisa que usou naquele jogo ele tem. Foi furtada unto a tantos outros tesouros que o ex-volante guardava. "Não é que eu perdi, me roubaram. Eu tinha um escritório e guardava lá um baú com uma coleção. O cidadão passou e levou tudo", explicou.
Além da história do roubo de camisas de valor inestimável, Clodoaldo resgata 'causos' e trunfos de personagens importantes daquele título como Zagallo, o Fusca que ganhou como premiação, e, claro, a grande decisão.