"Um campeonato de skate não começa no primeiro treino oficial. Ele começa quando você dá bom dia para o primeiro segurança que está na porta da arena".
Augusto Akio gosta de pensar nas coisas como processos, dando atenção a detalhes, valorizando pessoas que muitos consideram invisíveis. A filosofia de vida do quarto medalhista do skate brasileiro em Olimpíadas é uma herança de família (a modalidade tem cinco pódios).
Mas a medalha de bronze, conquistada na arena de La Concorde, não começou a ser construída quando ele deu bom dia ao primeiro segurança. A história começou muito antes, quando o avô materno de Akio, Fumio Takahashi, deixou o Japão para recomeçar a vida no Brasil.
Hoje medalhista olímpico, Akio é uma mistura dos dois mundos. Capaz de cantar "maluco beleza" para explicar como está depois de subir ao pódio olímpico; mas também de se emocionar ao relembrar a história e os esforços de todos para que ele chegasse até ali.
No esporte em que os japoneses são vistos como potência, o medalhista do park carrega uma parte da filosofia oriental em seu jeito de falar, de ver o mundo e até de usar técnicas de acupuntura para relaxar.
Só que, quando ele resolve sair do script e viajar — e ele gosta muito — ninguém tem dúvidas: o "Japa" é brasileiro.