Fogo nos racistas e vamos lá

Babu converteu apelido racista do futebol e "zerou a vida": dívidas estão pagas e virou amigo de Zico

Beatriz Cesarini e Gabriel Carneiro Do UOL, em São Paulo Christoffer Pixinine

"Sou um atleta frustrado". É assim que o ator e cantor Babu Santana começa a explicar sua enorme paixão pelo esporte.

No colégio, era goleiro do time de futebol por causa da altura. E foi justamente embaixo das traves que ouviu um aluno que torcia pro time contrário chamá-lo de babuíno. O macaco mesmo. Não pensou. Diante do ato racista, partiu para cima.

"Fizeram uma musiquinha muito ridícula me comparando a um babuíno. Eu já tinha essa ativação de consciência racial dentro de casa. Meu tio é um cara que falava sobre isso, minha tia também. Eu fiquei revoltado. Eu não queria permitir aquilo", relembra, anos depois.

O episódio foi triste e marcante, mas foi assim que Alexandre da Silva Santana virou Babu. O jogo virou quando um amigo mais próximo quis fazer zoeira. Diante da chateação, o tal amigo perguntou se a abreviação do xingamento também feria. "Ele falou: 'Eu vou te chamar só de Babu. Pô, Babu ninguém vai saber o que é'. Eu falei: 'Tá bom, cara, tá bom'. Eu deixei ele me chamar de Babu e foi pegando".

Nas primeiras experiências no teatro, o apelido já tinha virado nome. Nos 42 filmes, 20 séries e sete novelas, sempre Babu. Na 20ª edição do reality show Big Brother Brasil, em que mobilizou forte torcida e acabou como quarto colocado, definitivamente ele foi Babu.

Hoje, vive o auge do sucesso aos 40 anos. Além de um contrato fixo com a Globo, gravação de novela e filmes e sucesso nas redes sociais, estreitou laços com o clube do coração: virou garoto-propaganda do Flamengo, graças à popularidade que bombou no mundo do esporte. Fez amizade até com Zico e Gabigol, seus ídolos. E não deixa de tocar nesta entrevista ao UOL Esporte em pautas relevantes, como racismo estrutural, manifestações populares e a volta do futebol.

"Dívidas ok, desempregado ok, filhos pra criar ok, deixa o Paizão ficar pro desespero dos BBB's" é coisa do passado.

Christoffer Pixinine

Assista à entrevista

Racismo estrutural que é a parada

O esporte é frequente palco de discursos e práticas racistas, como mostra a situação vivida por Babu na infância. Ele diz que hoje em dia agiria diferente. Levaria para o lado do deboche, porque sua real preocupação é com o racismo estrutural.

Este termo — bastante popular nos últimos meses — é usado para mostrar que o racismo é uma consequência da própria estrutura social. Ou seja, as relações políticas, familiares, econômicas e jurídicas são estruturadas com base na discriminação racial. O jurista e filósofo Sílvio Almeida, que é filho de um ex-goleiro do Corinthians, tem obra sobre o tema: "A mudança da sociedade não se faz apenas com denúncias ou com o repúdio moral do racismo: depende, antes de tudo, da tomada de posturas e da ação de práticas antirracistas."

Essa luta é o atual foco de Babu. Se fosse hoje, faria como Daniel Alves: "Jogou uma banana para mim? Meu irmão, eu vou pegar essa tua banana, eu vou engolir e você vai ter que me engolir a seco. Sou o melhor lateral-direito do mundo e se segura aí, meu irmão. Se vira, se rasga em casa. Jogador que sofre racismo já está démodé, a gente já identifica, já aponta e condena. Acabou. Eu sou do time do Daniel Alves. Jogou uma banana? Obrigado, potássio".

"Outro dia, eu fui ver uma pessoa que estava me criticando. Ela dizia: 'O Babu não é preto. Ele é pardo'. O que essa pessoa quer? Que eu funde o movimento dos pardos do Brasil? O que eu faço com a minha bisavó, que era 'Roxinha' o apelido dela? Eu renego essa minha herança? Racismo é uma coisa séria e um assunto de todos, inclusive dos brancos, porque veio deles essa porra, desculpa. A gente tem que discutir outras coisas, a estrutura. O racismo estrutural, hoje, que é a parada. Quantos ministros pretos você tem nesse governo? Quantos secretários pretos têm lá no Governo de São Paulo? Quantos secretários pretos têm aqui, no Rio? A gente tem que ter a discussão estrutural."

Christoffer Pixinine Christoffer Pixinine

Para quem busca like, um palavrão

Atos antirracismo se espalharam pelo mundo depois de 25 de maio, quando um homem negro de 40 anos chamado George Floyd foi sufocado e morto por um policial branco durante uma abordagem em Minneapolis, nos Estados Unidos. Também houve mobilização no Brasil, mas Babu teme que os protestos legítimos sejam desvirtuados.

"Eu acho o movimento todo bacana, mas eu vi muita gente querendo entrar na modinha querendo like. A esses que querem like, por favor, eu tenho vontade de falar um palavrão aqui, vão para... vão plantar bananeira para conseguir like. Agora, aos que lutam, não de hoje, não o momento, não o modismo, aos que lutam de verdade em prol de uma igualdade contra o racismo estrutural, todo o meu o apoio."

A imagem de uma delegacia em chamas após invasão de manifestantes viralizou na internet e criou também uma onda crítica aos atos. "Por mais que eu me sinta triste de a gente chegar nesse ponto, eu acho legítimo e lindo, porque está até as tampas, velho. Eu morei numa comunidade em que o poder público único que a gente via era o da polícia. Eu vi muitos policiais com medo de mim, que não era porra nenhuma. É uma covardia. E ele era preto também. É uma covardia atroz."

Stephen Maturen/Getty Images (750x1)


"A minha raiva pela polícia passou para pena, porque os caras são massa de manobra na mão dos racistas. Eu vi outro dia a imagem de um cara sendo abordado em Alphaville e tem essas imagens das pessoas sendo abordadas na favela. É revoltante. Eu tenho pena de todos, porque você bota o cara para subir num morro onde tem 20, 30 fuzis e eles não sabem quem está portando. Eles que vão lá sustentar discursos de Dorias, Bolsonaros e afins. Eles que vão sustentar esse discurso de ódio, porque os comandantes nem passam na porta", diz o ator.

Fogo nos racistas e vamos lá. Se for para fazer o negócio de verdade, tem o meu apoio. Eu acho que essa é a ideia. Século 21. Chega, basta.

"Eu estou farto de discurso. É ação. Não venha me dizer que você trata a seu empregada, que mora na sua casa, com carinho e que ela é parte da família. Falar disso me dá uma raiva que dá vontade de falar palavrão. Não vem com esse discursinho de que 'eu não sou racista', mas mantém essa coisa estrutural."

Reprodução/Instagram

Mundo do esporte abraçou Babu

Autodefinido como atleta frustrado, ele já jogou futebol e basquete e lutou taekwondo. Mas esse passado veio à tona já perto do fim da participação no BBB 20. Antes disso, o mundo do esporte já tinha se mobilizado em sua defesa nos paredões e provas da casa. Atletas, torcidas e páginas populares da internet que não eram fãs assíduos do reality show compraram a briga do ator e do arquiteto Felipe Prior. Vitórias da dupla "PriBu" eram como gols.

"Eu dei a sorte que chegou um dado momento da pandemia em que acabou o futebol, acabou tudo, mas tinha ali no Big Brother uma disputa muito grande. Chegou uma hora em que eu e o Prior defendemos um posicionamento diferente de todo mundo da casa. Então, houve essa disputa. Eu acho que a galera substituiu o futebol pela disputa do Babu/Prior contra o resto. Como era injusto, a galera veio com a gente."

Outros elementos além da ânsia por ver uma rivalidade mobilizaram o mundo do esporte na torcida por Babu. As primeiras relações mais próximas do ator na casa foram com o surfista Lucas Chumbo e o ginasta Petrix Barbosa, por exemplo. Ele também colocou o futebol em pauta declarando ser torcedor do Flamengo e curioso para saber se o clube tinha comprado Gabigol —o "fico" foi anunciado em 28 de janeiro, dez dias depois do confinamento no BBB. "Era minha preocupação real. Minha agonia", brinca.

"Eu sabia que os meus filhos estavam bem, não podia deixar em melhores mãos do que com as próprias mães. Sabia que os meus amigos também estavam bem. E eu não sabia do Flamengo."

Eu sou tão alucinado por esporte que teve uma vez, quando eu morava com os meus pais ainda. O meu pai passou: 'Tá vendo o que aí, cara?'. Eu falei: 'Eu tô vendo uma parada aqui de esporte'. Ele voltou, ele olhou para a televisão: 'Pô, tu tá vendo sinuca!?'. Teve uma Olimpíada que a TV abriu não sei quantos canais e eu cheguei a botar duas televisões para tentar acompanhar tudo. Eu amo. Em Olimpíadas me esquece, me esquece

Babu Santana, sobre a paixão por esporte

Papo com boleiros

  • Gabigol

    O atacante já imitou uma dança de Babu e, após sua saída do BBB, interagiu em lives e chats online. A promessa é uma ida ao CT assim que tudo se normalizar. Babu quer que sua filha mais nova, Pinah, entre em campo com o ídolo.

    Imagem: Reprodução/Instagram
  • Bruno Henrique

    Companheiro de Gabigol participou de uma conversa ao vivo via chamada de vídeo com Babu. Papo foi intermediado pelo repórter Regis Rosing, do "Esporte Espetacular", e fez o ator e cantor chorar ao falar do clube e dos jogadores.

    Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
  • Léo Moura

    Lateral-direito do Botafogo-PB, com passagem destacada pelo Flamengo, organizou mutirões e mobilizou forte torcida online por Babu. Também rolou um papo pós-confinamento.

    Imagem: Divulgação
  • Gérson

    Meio-campista foi outro a interagir online com o "Paizão". No papo com o UOL, Babu até perguntou: "É verdade que o Gérson tem proposta da Europa? Ele tem que se aposentar aqui."

    Imagem: André Mourão
  • Outros

    Quem também engrossou a torcida por Babu foram Rodrigo Caio, Vitinho e Pedro - que nem tinha sido contratado antes da entrada no BBB: "Eu passava mal quando a gente ia jogar contra o Fluminense. Esse moleque vai render."

    Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF
  • Zico

    O principal ídolo de Babu no esporte merece uma citação à parte. Ainda mais porque eles tiveram uma aproximação maior após o confinamento. O ator e cantor nasceu em 1979 e desenvolveu o amor pelo Fla justamente nos tempos de Zico.

    Imagem: Reprodução/vídeo

"Zico me fez perder a palavra"

Criança nos anos 80, Babu tem em Zico o grande ídolo: "Eu lembro muito da despedida do Zico. Nossa, como eu chorava. O Zico foi o meu ídolo maior. Aquele time dos anos 80 era uma coisa de louco. Eu sou um flamenguista enlouquecido por causa disso."

A relação, antes restrita aos papéis de fã e ídolo, mudou nas últimas semanas. Impulsionado pela popularidade no BBB e pela ligação com o Flamengo — que agora o "notou", como diz —, Babu participou de um papo virtual com Zico que já tem mais de 70 mil visualizações na "Fla TV", o canal do clube no YouTube. "Eu sou um cara falante, o Zico me fez perder a palavra."

Reprodução (750x421)


"Antes da transmissão a gente fez um testezinho e vieram os netos do Zico: 'Torci para você, torci para você'. Ai, eu falei: 'Caraca, a minha presença estava na casa do meu grande ídolo, do ídolo maior da torcida do Flamengo'. Meu Deus do céu. Isso aí eu zerei a vida. O neto do Zico falando que era meu fã. O menino abraçado com o Zico falando que é meu fã", comemora o ator e cantor carioca.

Zico não viu o BBB, mas conhecia Babu das novelas, do filme "Tim Maia" e da participação no reality show gastronômico "Que Marravilha! Aula de Cozinha", apresentado pelo chef Claude Troisgros no canal GNT. Agora são amigos.

Sobre a relação com o Flamengo, Babu define como "good vibes". Há projetos em gestação para exploração de imagem de parte a parte: "Tem conversa. A gente está em lua de mel. Sempre estive em lua de mel com o Flamengo". A prioridade é visitar CT e Maracanã. Depois o trabalho.

Christoffer Pixinine Christoffer Pixinine

"Causos" do Babu torcedor

Arquivo Pessoal

Quarto da bisa

A primeira memória afetiva de Babu como fã de futebol é do ano de 1983, quando ele tinha apenas quatro anos de idade. "Eu lembro da alegria... lá em casa só tinha uma televisão, ficava no quarto da minha bisavó. E eu me recordo da família toda, acho que era um jogo decisivo. Me vem na cabeça aquela febre, todo mundo vibrando".

Arquivo Pessoal/UOL

Trio de ouro

Quando a bola chegava no pé de Zico, Babu já se preparava e estufava o peito para gritar gol. "Eu lembro de 87 um lance, tomaram a bola e passaram pro Zico. Foi o Renato Gaúcho por um lado e o Bebeto pelo outro. Eu comecei já a gritar gol. Aí, todo mundo: 'Calma, calma, calma'. Ah, mas quando a bola ia no pé do Zico, eu já esperava pela bola na rede."

Reprodução

"Vacilão"

A irmã de Babu nasceu no mesmo período que o filho de Bebeto. E na mesma maternidade. Pronto. Tudo ornou para que Babu conhecesse o seu ídolo? Mas não rolou. "A gente cruzou com o ele e foi muito engraçado porque eu olhava pra ele, fiquei meio bolado. Aí o meu pai: 'É o Bebeto, cara. Pô, tu se amarra nele'. Eu falei: 'Não. Maior vacilão. Foi pro Vasco'."

Thiago Ribeiro/AGIF

Sobre a volta do futebol

O time de coração de Babu está à frente do movimento pela volta do futebol em meio à pandemia. Para ele, um "imbróglio inédito na humanidade". O ator tem consciência do quanto o isolamento social é importante em momento de alta de casos de coronavírus no Brasil. Em contraponto, faz uma reflexão sobre como a própria família estaria hoje se ele não tivesse participado do Big Brother Brasil.

"A gente tem a questão da saúde. A solução que os órgãos competentes da saúde acharam é uma coisa meio dura. Hoje, eu tenho o privilégio de ficar em casa. Eu fiquei imaginando, se eu não tivesse entrado no BBB e tivesse que ficar em casa, eu ia estar numa situação muito difícil. É um caso para se estudar muito profundamente antes de condenar ou salvar. Se eu não estivesse podendo fazer as ações publicitárias, tudo dentro da minha casa, e ter uma graninha para comprar comida e gerir a minha vida, como seria? Estaria salvo da Covid-19 e entregue à miséria", reflete Babu.

Essa preocupação com a economia do país não é só dele. Inclusive, dá base para o posicionamento do Flamengo. Babu entende que o time realizou um grande estudo e estabeleceu medidas de segurança para poder retomar as atividades.

"Os próprios atletas, que são cidadãos e teriam o direito de negar isso, aceitaram. Aqui em casa, por exemplo, eu estou fazendo meus vídeos e eu estou de frente ao ring light que a gente comprou agora. Eu aluguei uma casa maior. Como é que faz, gente? Como é que faz para botar comida na mesa? Não condeno as orientações, mas quando essa quarentena vira 90 dias, a gente entra num impasse. Eu vim da favela. Você acha que uma ajuda de R$ 600 vai fazer com que as pessoas fiquem casa? Acho que nem na favela tem aluguel de R$ 600. O que a gente tem que fazer é achar soluções e não ficar brigando, condenando o outro", destacou.

É uma discussão muito delicada. Mas, na dúvida, quem pode, fique em casa, por favor

Babu Santana, Sobre os cuidados na pandemia

Reprodução

"Maior desafio da carreira": viver um botafoguense

Em meio a tantos papéis no cinema e na televisão, Babu considera que um de seus grandes "obstáculos" da carreira foi interpretar um torcedor fanático do Botafogo no curta-metragem "A Culpa é do Neymar", lançado em 2015. Na produção, Babu é um pai que sofre porque o filho é santista.

"Pô, esse foi o maior desafio da minha carreira... Colocar uma camisa do Botafogo e dizer que eu sou botafoguense (risos). Um cara que é botafoguense doentio e o filho aparece com a camisa do Santos, por conta da onda da febre do Neymar. Ele fica revoltado que o filho dele deixa de ser torcedor do Botafogo", relembra Babu.

Em "Mundo Cão", de 2016, o ator enfrenta a mesma sinuca de bico. Só que desta vez ele é um pai corintiano e o filho é palmeirense. Mas e na vida real? Babu conta que procurou evitar o "drama" desde que seus filhos saíram da maternidade com roupinha ou bandeira do Flamengo.

"Rapaz, eu só não consegui fazer isso com a Laura, porque eu não estava presente. Com o Carlinhos eu não estava presente no parto, mas eu saí do ensaio e fui para lá com a camisa do Flamengo. A Pinah tem outra mãe... Ela falou: 'Pelo amor de Deus, é uma menina'. 'E daí? Menina também torce. Não tem essa, não'. Vi o parto e foi a coisa mais linda. Já tinha comprado o macacãozinho do Flamengo e só faltava aquele cobertorzinho. Mas eu comprei um bandeirão do Flamengo e enrolei minha filhinha."

Vida online. Mas pela arte

Babu nunca teve interesse nas redes sociais. Temia pelos filhos por causa da famosa "política do cancelamento" — um termo da internet para quando o público boicota perfis online. Apesar disso, o sucesso no BBB chamou o "Paizão" a esse mundo e ele se dedicou para se aproximar dos fãs. Mas quem espera ver a rotina pessoal do ator pode perder as esperanças.

"Estou me aperfeiçoando, me aprimorando. Tenho uma equipe, mais o vizinho, que vem aqui quando a gente tem uma demanda muito grande. Mas a gente sempre tenta fazer uma coisa voltada para o lado artístico. Outro dia, o pessoal tava falando: 'Pô, eu queria ver você acordando'. Mas não é assim. A gente está sempre fazendo uma dança, bolando esquetes. Quero entrar de uma forma diferente nas redes sociais."

"O canal no YouTube é justamente ter esse lado mais artístico. No Twitter, tem as nossas opiniões públicas e políticas, críticas e elogios. No Instagram, a gente tenta trazer essa coisa mais da intimidade", explica o ator e cantor, que publicou um vídeo de festa junina com a esposa, Tatiane Melo.

"Graças a Deus, uma coisa que eu identifico nas minhas redes é ter muito carinho. É por isso que me dedico hoje, é uma forma de manter contato com os fãs", diz.

Divulgação

E as dívidas do "Paizão"?

Foram dez paredões no Big Brother Brasil, o recorde do reality. Em todos os apelos ao público por sua permanência na casa, Babu falou sobre as dívidas que gostaria de pagar com o prêmio de R$ 1,5 milhão para continuar com a profissão. Ele não conseguiu sair da casa como campeão, mas ganhou o coração de muitos brasileiros e um contrato com a Globo. Mas afinal, as despesas foram liquidadas?

"As de prioridade já estão pagas. As maiores estão parceladas. Já paguei a primeira e a segunda parcela, mas dessa vez eu consegui mudar uma realidade cruel que eu estava vivendo. Estava quase desistindo da minha profissão no sentido de tentar ganhar dinheiro com outra coisa. Graças a Deus está muito bacana", comemora Babu.

Ele não venceu a histórica 20ª edição do BBB — a médica Thelma Assis foi premiada —, mas se considera campeão. O ator analisa sua participação no reality como um divisor de águas na própria vida e na carreira artística. Hoje, aguarda pela definição de uma participação na novela "Salve-se Quem Puder", que ocupa o horário de 19h30 na Globo e está com as gravações suspensas por causa da pandemia.

Ele também se prepara para estrelar um filme sobre a vida do ex-pugilista Maguila.

"O BBB me surpreendeu. Eu vi amigos meus que eu nunca imaginei acompanhar BBB, assistindo. Isso também é uma vitória. Foi muito legal. Eu fui lá para me divertir, para curtir duas ou três festas e acabei ficando quase a dois dias da final. Foi a coisa mais linda do mundo poder refletir e saber que as pessoas me abraçaram pela pessoa que eu sou. Eu sou aquele maluco doido. Volta e meia eu dou uns esporros aqui na minha equipe, mas todo mundo se ama. Eu fiquei muito feliz de coisas que eu falo no dia a dia virarem discussões bacanas e altruístas. O balanço que eu faço é de que eu sou um cara feliz, que eu estou indo por um caminho bacana e que eu espero crescer e pode trazer os meus amigos junto comigo".

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