"Sou um atleta frustrado". É assim que o ator e cantor Babu Santana começa a explicar sua enorme paixão pelo esporte.
No colégio, era goleiro do time de futebol por causa da altura. E foi justamente embaixo das traves que ouviu um aluno que torcia pro time contrário chamá-lo de babuíno. O macaco mesmo. Não pensou. Diante do ato racista, partiu para cima.
"Fizeram uma musiquinha muito ridícula me comparando a um babuíno. Eu já tinha essa ativação de consciência racial dentro de casa. Meu tio é um cara que falava sobre isso, minha tia também. Eu fiquei revoltado. Eu não queria permitir aquilo", relembra, anos depois.
O episódio foi triste e marcante, mas foi assim que Alexandre da Silva Santana virou Babu. O jogo virou quando um amigo mais próximo quis fazer zoeira. Diante da chateação, o tal amigo perguntou se a abreviação do xingamento também feria. "Ele falou: 'Eu vou te chamar só de Babu. Pô, Babu ninguém vai saber o que é'. Eu falei: 'Tá bom, cara, tá bom'. Eu deixei ele me chamar de Babu e foi pegando".
Nas primeiras experiências no teatro, o apelido já tinha virado nome. Nos 42 filmes, 20 séries e sete novelas, sempre Babu. Na 20ª edição do reality show Big Brother Brasil, em que mobilizou forte torcida e acabou como quarto colocado, definitivamente ele foi Babu.
Hoje, vive o auge do sucesso aos 40 anos. Além de um contrato fixo com a Globo, gravação de novela e filmes e sucesso nas redes sociais, estreitou laços com o clube do coração: virou garoto-propaganda do Flamengo, graças à popularidade que bombou no mundo do esporte. Fez amizade até com Zico e Gabigol, seus ídolos. E não deixa de tocar nesta entrevista ao UOL Esporte em pautas relevantes, como racismo estrutural, manifestações populares e a volta do futebol.
"Dívidas ok, desempregado ok, filhos pra criar ok, deixa o Paizão ficar pro desespero dos BBB's" é coisa do passado.