Com base nos boletins financeiros divulgados pela CBF, é possível saber que os 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro pagaram, até agora, quase R$ 30 milhões só para entrar em campo, em uma temporada sem público por causa da pandemia (veja o quadro abaixo). Esse valor vem dos chamados custos de operação, com segurança, arbitragem, ambulância, limpeza do estádio e outras coisas do tipo.
Não é novidade que os times gastam para jogar. Esses valores, porém, normalmente são cobertos com a arrecadação de bilheterias. Mas não é o caso de 2020/2021, em que além de gastar com o que normalmente era coberto, os clubes ainda deixaram de embolsar uma grande quantia por causa dos portões fechados. Em 2019, os clubes brasileiros, em conjunto, receberam R$ 526 milhões em receitas de bilheteria, somando todas as competições disputadas (veja mais abaixo).
O problema é que o buraco da pandemia não termina aí: há estimativas de que programas de sócio-torcedor perderam entre 50% e 65% de sua base de assinantes e também não houve vendas de produtos nos estádios, comprometendo os lucros do chamado "matchday". Para piorar o quadro, o fato de os estádios estarem vazios não aumentou o interesse pelos jogos na TV aberta, que registrou queda de audiência e levou ao comprometimento de outras receitas.
Quando isso vai parar? É uma pergunta sem resposta. Ontem (24), o Brasil passou das 250 mil mortes por covid-19. Cidades e estados têm decretado toques de recolher e até lockdown, enquanto a vacinação acontece em ritmo lento. Sem torcida e dinheiro, o futebol espera.