Existe uma saudável confusão de identidade, diz Bob Burnquist. "Uns acham que é isso, outros acham que aquilo, mas não é. É isso, mas também é aquilo. É o que você quer que seja", resume. Bob está falando do skate, mas também poderia estar se descrevendo.
Quem é Bob Burnquist? Um ex-skatista (será que é ex, mesmo?), que ainda anda de skate a maior parte do tempo. Um promotor de eventos, que fez sua megarrampa ficar conhecida em todo o mundo radical e que discute com governos a criação de novas pistas. Presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk) até o ano passado, cansou de ser "pastor de gato". Sim, é um trocadilho que ele emprega: gatos vão cada um para seu lado, enquanto o gado segue na mesma direção). Ele renunciou ao cargo, mas continua sendo a eminência parda da entidade.
Tudo isso enquanto encabeça discussões pela legalização da cannabis. "Sou cidadão como todos os outros, pago imposto, faço meu trabalho, tento ser uma parte positiva, tento fazer parte da solução, e nem sempre o status quo é a solução. Se as pessoas que estiverem em posições que fariam a diferença não podem falar, por que eu tô lá? Eu tenho esse direito de falar", defende.
Nesta entrevista ao UOL Esporte, o skatista falou tudo o que tem direito. Sobre a passagem no comando da CBSk, maconha, skate e seu novo projeto, o Instituto Bob Burnquist, inaugurado no mês passado.