O Botafogo entrou em campo pela temporada 2020 com otimismo. A expectativa era que pudesse ser um ano de virada, com o avanço do projeto S.A. e a chegada de estrelas internacionais como chamariz para uma nova fase. Agora, a quatro jogos do final do Brasileirão, o time assimila o amargor do rebaixamento após a derrota para o Sport, na noite de ontem (5), por 1 a 0, no estádio Nilton Santos.
Esse foi o revés em campo, produto do desarranjo na gestão. Os planos do clube-empresa parecem ainda mais distantes para uma instituição asfixiada por dívidas. Sem novas ideias, o time se perdeu com a espiral de trocas de técnicos e contratações em excesso que, em vez de solução, se tornaram problema. O resultado é a terceira visita à Série B nacional, num duro contraponto a seu passado glorioso.
Agora o desafio primordial do Botafogo, na opinião de figuras célebres como Carlos Augusto Montenegro e Felipe Neto, é viabilizar o projeto da S.A. Mas num contexto de ainda menos recursos na Série B, com uma perda ainda mais significativa nas receitas.
Em 2019, o time embolsou R$ 52 milhões por direitos televisivos. Nesta temporada, o valor já vai cair consideravelmente, para um pouco mais de R$ 30 milhões, uma vez que os rebaixados não recebem a cota equivalente a seu desempenho no campeonato. Na Série B, há duas ladeiras a escolher: uma cota fixa no valor de R$ 8 milhões ou o que conseguir arrecadar em pay-per-view.
É uma missão árdua para uma nova administração, que vai ter de cuidar de uma reorganização administrativa e também esportiva. O clube terá de se superar para retornar à primeira divisão do Campeonato Brasileiro.