Morreu na manhã de hoje (5), em Araraquara-SP, José Carlos Silveira Braga, ou Zezé ou "Coco" (querido em francês), que também atendia pelo apelido de Brandãozinho. Ele era o último vivo daquele lendário time do Palmeiras que conquistou a Copa Rio no ano de 1951, em pleno estádio do Maracanã.
Logo mais à noite, o time de Abel Ferreira entra em campo para enfrentar o River Plate, da Argentina, no primeiro jogo das semifinais da Copa Libertadores, e a maioria dos torcedores palmeirenses estará sonhando com a sequência de uma caminhada que poderá acabar com uma pergunta incômoda: o Palmeiras tem ou não um título Mundial?
Para Brandãozinho não havia dúvida: o seu time de coração está em busca do bicampeonato do planeta bola. Ele considerava esse um título que lhe trazia orgulho incomparável, mas que dá aos torcedores inimigos munição para atormentar a vida dos palmeirenses.
É uma conquista em que a participação da Fifa é o problema. A entidade estava presente no torneio, que aconteceu um ano depois da Copa do Mundo de 1950, em um momento em que organizadores brasileiros e membros da entidade mundial estavam inevitavelmente próximos.
Só que não faz parte da lista de títulos mundiais que a entidade reconhece. O Palmeiras até tem um documento enviado por fax que equipara o torneio a um Mundial, mas esse texto nunca foi reconhecido. Por tudo isso, a Copa Rio de 1951 caiu em cheio no mundo da gozação futebolística.
Em uma longa entrevista ao UOL Esporte em março do ano passado — uma de suas últimas —, Brandãozinho respondeu: afinal, o Palmeiras é campeão mundial?