Era uma vez um país protagonista na F-1...
Não foi só uma vitória isolada. Quando Rubens Barrichello conquistou o GP da Itália de 2009, há exatos 10 anos, o brasileiro entrava na briga pelo título daquela temporada. Era sua segunda vitória em três corridas e "apenas" 14 pontos atrás de Jenson Button, que seria, eventualmente, o campeão. Barrichello chegaria ao GP Brasil, a penúltima etapa de 2009, ainda com chances de título. Ele terminou em terceiro lugar na tabela.
Nem Rubinho, nem qualquer brasileiro que acompanhou a corrida em Monza, podia imaginar que aquela seria a última vitória do Brasil na Fórmula 1 em pelo menos 10 anos. Tudo bem que o último título do país completava 18 anos em 2009 (o tricampeonato de Ayrton Senna em 1991), mas, no período, os brasileiros seguiam entre os protagonistas: 14 pilotos estrearam na categoria após a morte do tricampeão, em 1994, e Barrichello e Felipe Massa venceram corridas. O último, inclusive, tinha perdido o campeonato do ano anterior, 2008, por apenas um ponto, em uma das decisões mais dramáticas da história do esporte.
O que ninguém poderia imaginar naquele 13 de setembro era que a equipe Brawn, que veio do espólio da Honda e que se aproveitou de uma brecha no regulamento para ganhar o campeonato, acabaria no fim daquele ano, e Barrichello perderia seu assento. E que Massa, que na época se recuperava do acidente sofrido na classificação do GP da Hungria cerca de um mês antes, retornaria para uma Ferrari que nunca foi tão forte quanto nos anos 2000, e ainda teria pela frente uma equipe totalmente voltada para o companheiro Fernando Alonso, que chegaria ao time em 2010.
Dez anos depois, Barrichello e Massa se aposentaram e o Brasil não tem nenhum piloto na categoria. Os representantes do país que estrearam desde então — Lucas Di Grassi, Bruno Senna e Felipe Nasr — não se firmaram na categoria por diferentes motivos. E o Brasil entrou na fila.