Savio, quer ver a fase de ataque, só para confirmar?"
Não, não, não, não. Tranquilo".
Ao árbitro Savio Pereira Sampaio foi franqueada a oportunidade, conforme protocolo, de revisar por completo a jogada de um gol que havia sido marcado pelo Santos. Ele não quis. Grau de interferência e interpretação do árbitro de vídeo Leone Carvalho à parte, a decisão foi anular o lance sem a checagem no monitor se, de fato, o puxão da camisa de Zé Roberto, do Ceará, interpretado como falta, fora crucial para o desfecho do lance: o gol de Léo Baptistão.
Na sétima rodada do Brasileirão, chamou a atenção a forma com a qual os árbitros geriram esse tipo de situação — aconteceu decisão parecida no duelo entre Fortaleza e Fluminense, apitado por Anderson Daronco, no Castelão. No começo do contra-ataque do time da casa, Yago Felipe, do Flu, foi empurrado. A jogada resultou em gol, mas também foi anulada.
Nos dois jogos, os meandros foram trazidos à tona pela divulgação dos áudios por parte da CBF. Enquanto Savio não quis ver o lance como um todo, Daronco assistiu no monitor à jogada completa, após sugestão de revisão feita pelo VAR, Rafael Traci.
"Agora me dá o APP completo", disse o gaúcho, referindo-se ao termo em inglês attacking phase of play (fase de ataque da jogada), que faz parte do vocabulário da arbitragem.
Esses e outros episódios sobre atuação da arbitragem vieram na semana em que a Fifa divulgou os árbitros convocados para a Copa do Mundo do Qatar. A comitiva brasileira tem dois árbitros centrais, cinco assistentes, mas nenhum VAR. Sintomático?